O Conselho de Pastoral da Conferência Episcopal Brasileira (CNBB) publicou uma declaração em que os bispos pedem aos legisladores nacionais proteger a vida dos embriões humanos,  frente a um polêmico projeto de lei que quer utilizá-los com fins de investigação científica.

Referindo-se ao Projeto de lei de Biossegurança que em um texto único discute o tema dos alimentos geneticamente modificados e as pesquisas com embriões humanos, os bispos lembram que o avanço da ciência “exige reflexões responsáveis sobre os conflitos éticos que podem ser suscitados no  uso da ciência”.

Além disso, sustentam que em um país que atravessa “problemas pertinentes ao subdesenvolvimento social” como a fome e enfermidades comuns, “não é aceitável que duas grandes questões de interesse nacional ocultem sua real importância e sejam tratadas conjuntamente.

“Tanto a questão dos trangênicos como a dos embriões humanos exigem conhecimentos científicos para avaliar melhor suas implicâncias éticas. A votação em conjunto dos trangênicos e os embriões  humanos deixará sempre um marco de inaceitável comodidade legislativa a assuntos tão sérios”.

“Em relação ao uso dos embriões humanos, a sociedade já aprendeu que as investigações com as células mãe embrionárias está cheia de interpretações éticas e incertezas científicas”, precisaram.

Os bispos pedem aos legisladores “avaliar amplamente as perspectivas técnico-científicas e as implicações éticas de modo que possamos ter a segurança de que as decisões foram suficientemente amadurecidas para a sociedade e a comunidade científica, orientadas pelos valores éticos próprios de nossa cultura”.

Do mesmo modo, insistiram que é mais apropriado “separar o atual projeto de lei em dois, possibilitando uma maior identidade para ambos e, consequentemente, exigindo maior profundidade”.