O Presidente da Pontifícia Academia para a Vida do Vaticano, Dom Elio Sgreccia, denunciou nesta capital que com os distintos ataques contra a vida em todas suas etapas, “parte para o autogenocídio da espécie humana”.

Segundo a autoridade vaticana, “a debilidade da comunidade cristã e a força da sociedade secularizada pode fazer prevalecer o desastre” e pediu que “toda a Europa invista na marcha. Até agora se aceitou a cultura da morte e este caminho conduz à autodestruição”.

Dom Sgreccia destacou que atualmente se difunde “uma mentalidade que confia no poder biotecnológico”, que pretende “trocar o estatuto da espécie humana” e “delira com a autoconstrução dos homens a imagem e semelhança de outros homens que têm poder”.

A sociedade está acolhendo esta mentalidade e “agora defende que deveria selecionar os filhos para que sejam todos perfeitos, sem defeitos e eliminar aqueles que não cumpram estas condições”, explicou ao reunir-se com jornalistas locais com motivo de uma conferência que ofereceu na Universidade San Pablo-CEU.

Dom Sgreccia considerou que isto “não é mais que um delírio de poder” que nasce de “uma falsa percepção da origem do homem”, pois “nenhum ser humano pode afirmar que nasceu por sua própria decisão, nem se construiu por si mesmo”.

“Essa é a grande mentira sobre a que se pretende construir esta onipotência biotecnológica que quer transformar a estrutura mesma da natureza humana e liberar a deste modo de toda a cultura precedente. Não é mais que um delírio de poder”, denunciou.

O Prelado pediu para “desmascarar” os mecanismos de seleção genética, já que estes “não conduzem para o que pensam os cientistas, mas sim à destruição da espécie humana”.

Sobre o tema da eutanásia, Dom Sgreccia advertiu que “devido à profunda secularização” o homem já não tem “a energia espiritual para enfrentar a dor” e perdeu “o sentido de transcendência”.

Neste sentido, esclareceu que as terapias “desproporcionadas” que estão por cima das possibilidades de viver de um paciente, nunca incluem sua alimentação, hidratação ou higiene, como no caso de Terri Schindler-Schiavo.

O Bispo pediu aos espanhóis serem mais conscientes “de alguns valores que estão perdendo”, pois com as leis espanholas de Reprodução Humana Assistida, Biomedicina, matrimônio homossexual e divórcio expresso avança “em um caminho secularizante daninho para a sociedade”.

A autoridade vaticana ofereceu a conferência “O magistério de João Paulo II sobre a vida humana” na mencionada casa de estudos madrilena.