Diversas organizações leigas católicas do leste espanhol expressaram seu total respaldo à decisão do Bispo de Córdoba, Dom Juan José Asenjo, de negar-se a aceitar as pressões da Junta Islâmica que pretende converter a Catedral de Córdoba em uma mesquita.

O presidente da Junta Islâmica, Mansur Escudero, veio exercendo pressão para que a Catedral de Córdoba se converta em um centro “multi-religioso” onde os muçulmanos possam entrar e orar em direção a Meca.

Diante da negativa do Prelado, Escudero convocou à imprensa em 1 de janeiro diante da Catedral, onde rezou na parte externa sobre um tapete, supostamente para “abrandar o coração do Bispo”.

Para a Presidenta do Foro “Presencia Cristã”, Felipa María Bautista, “não tem sentido algum compartilhar o culto católico de uma catedral”, e criticou a Mansur Escudero por realizar gestos “com certo eco de protagonismo”.

Por sua parte, Vitória Briceño, presidenta de Ação Católica em Córdoba, assinalou ao jornal ABC que a organização apóia plenamente ao Bispo, e disse em relação à petição de Escudero que “teria que ter feito o mesmo com os ímãs que não deixam entrar nos ‘infiéis’ (cristãos) nas mesquitas”; e se dirigiu à líder islâmico assinalando que “para orar não faz falta chamar os jornalistas”.

O Presidente do Agrupamento de Confrarias e Irmandades de Córdoba, Francisco Alcalde, também expressou seu respaldo a Dom Asenjo e disse que a “reza” de Mansur Escudero “só contribui a desunir, pois resulta inadequada”.

Também em declarações ao jornal ABC, Juan José Primo Jurado, Presidente da Adoração Noturna Espanhola em Córdoba, assinalou que “o primeiro passo para a convivência é o respeito mútuo. A liberdade e facilidade que têm os muçulmanos para praticar sua religião nos países de tradição cristã, incluída a Espanha, não corresponde com a que têm os cristãos nos países islâmicos”.

Por sua parte, o Vigário geral da Diocese, Dom  Santiago Gómez Serra, qualificou de “desproporcionada” a petição feita por Escudero e contrastou a liberdade dos muçulmanos na Espanha com a situação em que vivem os cristãos nos países islâmicos. “Dá tristeza que a Igreja Católica e o Conselho Catedralício de Córdoba, que é a titular do templo consagrado ao culto católico, se veja submetida a pressões desproporcionadas e injustas”, adicionou.

“No marco de uma mínima reciprocidade, os muçulmanos deveriam pensar também como respeitam eles a liberdade religiosa onde são maioria”, concluiu.