O Arcebispo de Caracas, Cardeal Jorge Urosa Savino, pediu que a anunciada reforma constitucional não seja uma imposição ao povo, mas sim o produto de um debate amplo onde "não se excluam as opiniões dissidentes".

"O tema da reforma é muito importante e é ali onde o Governo do Presidente (Hugo) Chávez e todos seus seguidores têm que dar uma amostra de inteligência política. Não se pode impor uma reforma constitucional ao povo. Tem que ser debatida", afirmou. O Cardeal disse que "inclusive teria que haver uma participação institucional de quem não pertence à Assembléia Nacional".

Por outro lado, referiu-se à iniciativa do mandatário de revisar os casos dos presos políticos. Expressou seu desejo de que "seja verdade" o anúncio para "que haja uma justiça, mas que haja também esse sentido de amplitude, especialmente com quem está imputados ali porque não pertencem ao setor do Governo".

"Tomara que haja isso, esse sentido de amplitude, e que tenha medidas de graça, para quem está atualmente presos e sendo julgado com julgamentos intermináveis, com julgamentos que não conclui, que isso é algo totalmente negativo e tomara que se concretize esse oferecimento do Presidente da República", assinalou o Cardeal Urosa.

Nesse sentido, mencionou o caso dos delegados Henry Vivas, Lázaro Forero e Iván Simonovis, presos faz dois anos "e o julgamento não avança e por outro lado as imputações são muito difíceis, eu acredito que é importante levar isso em conta".