Com menos público do que o esperado, o ex-arcebispo Emmanuel Milingo, excomungado em setembro passado, presidiu em Nova Jersey uma cerimônia em que ordenou dois diáconos casados ao sacerdócio.

Com esta "ordenação" terminou a convenção internacional do movimento "Sacerdotes Casados Já" criado por Milingo para protestar contra o celibato na Igreja Católica.

A convenção, amplamente promovida, reuniu apenas 200 ex-sacerdotes casados em um hotel de Nova Jersey.

Alguns dos participantes citados pela imprensa internacional, comentaram que a convenção foi financiada pela Igreja da Unificação, seita do controvertido magnata coreano Sun Myung Moon.

Com efeito, existem outras organizações condenadas pela Igreja Católica que também representam sacerdotes casados, mas não quiseram se juntar ao evento de Milingo, acusando-o de ser manipulado por Moon, um personagem que não pode entrar nos Estados Unidos, pois foi acusado de sonegação de impostos.

No final de setembro, a Santa Sé deu a conhecer hoje a excomunhão "latae sententiae" (automática) do ex-arcebispo Milingo e os quatro bispos por ele ordenados naquele mês e assegurou que a Igreja não reconhece nem reconhecerá tais ordenações e as que delas derivarem.

O comunicado afirmou que "a Santa Sé tem acompanhado com viva atenção a atividade recentemente iniciada por Sua Excelência Reverendíssima Dom Emmanuel Milingo, Arcebispo emérito da Lusaka, com uma nova associação de sacerdotes casados, semeando divisão e desconcerto entre os fiéis".