A Santa Sé confirmou nesta manhã o descobrimento do sarcófago que contém os restos mortais do Apóstolo São Paulo, o grande Evangelizador dos Gentis e autor das numerosas e importantes cartas neo-testamentárias.

Durante uma entrevista coletiva realizada nesta segunda-feira na Sala de Imprensa da Santa Sé, o Cardeal Andrea Cordero Lanza de Montezemolo, Arcipreste da Basílica de São Paulo Extramuros, acompanhado do arqueólogo Giorgio Filippi e do administrador da Basílica, Pier Carlo Visconti, informou-se do descobrimento, produto do intenso trabalho de restauração e reordenamento da Basílica, que junto com as outras três principais de Roma, começou a serem denominadas "Papais" e já não "Patriarcais", como se costumava dizer até agora.

"Embora na tradição histórica fosse um dado indiscutível que a Basílica de São Paulo surgiu sobre a tumba do apóstolo, a identificação do sepulcro originário era uma questão que ainda estava aberta", explicou Filippi.

"A crônica do mosteiro fala de um grande sarcófago de mármore descoberto durante os trabalhos de reconstrução da basílica depois do incêndio de 1823, na zona da confissão, sob as duas lápides com a inscrição PAULO APOSTOLO MART (YRI)".

"A pesquisa arqueológica na zona considerada tradicionalmente o lugar de sepultura do apóstolo, começada em 2002 e acabada em 22 de setembro de 2006, trouxe à luz um importante contexto estratificado, formado pelo ábside da basílica constantiniana, englobada no transepto do edifício dos Três Imperadores: no chão deste último, sob o altar papal, redescobriu-se aquele grande sarcófago do que se perderam os rastros e que se considerava da época teodosiana a Tumba de São Paulo".