O Arcebispo de Toledo, Cardeal Antonio Cañizares Llovera, denunciou hoje que o documento "Orientações morais para a situação atual da Espanha", aprovado pela Conferência Episcopal Espanhola (CEE) na semana passada, foi "curiosamente silenciado após sua publicação".

Durante a homilia pronunciada na Catedral Primaz para o primeiro Domingo de Advento, o Cardeal animou à leitura e assimilação do mencionado texto que é "muito importante, curiosamente silenciado após sua publicação, mas chamado a fecundar as comunidades cristãs e também a ser uma chuva benéfica na sociedade atual de nossa a Espanha".

O também Vice-presidente da CEE ressaltou que a realidade "mais profunda" da vida é o amor, "um amor que a Igreja quer viver e difundir como forma perfeita do ser e da vida" e assegurou que "à luz do amor tratamos os cristãos de compreender a verdade profunda das pessoas, da família, da vida social em sua complexidade e em toda sua amplitude".

"Não é acaso este amor o que vimos de maneira evidente e transbordante em todos os gestos, palavras, e sinais que nos ofereceu o Papa Bento XVI em sua viagem à Turquia com os católicos, pequenos rebanho em meio de uma sociedade que não compartilha sua fé, com os cristãos ortodoxos, com o patriarca e outros bispos de diferentes Igrejas cristãs buscando a unidade cujo vinculo é o amor?", questionou o Arcebispo de Toledo.

Por outro lado, afirmou que a "Igreja tem que ser, viver e agir como uma verdadeira comunidade de amor, como uma manifestação e uma oferta universal de amor que a humanidade necessita para viver adequadamente".

Do mesmo modo, assinalou que "os cristãos vivendo santamente no meio do mundo, temos que ser testemunho vivo de que o amor verdadeiro respeitoso e fiel, é possível na vida dos homens, no matrimônio e na família, no trabalho e no exercício da profissão, nas relações sociais e políticas".

Para o Cardeal, em cada lugar e época há "necessidades diferentes", em cada momento são diferentes as urgências. "Neste tempo no qual a igreja precisa nos mostrar claramente sua verdadeira identidade", apontou.

Finalmente, o Cardeal Cañizares se referiu ao tempo de Advento, que iniciou ontem, "com o que damos início a um novo ano litúrgico, começamos um tempo de grande profundidade religiosa. Preparamo-nos para recordar o nascimento do Redentor e ao mesmo tempo se aviva em nós sua segunda vinda".