O vice-postulador para a causa dos Santos dos franciscanos em Valência, Pe. Benjamim Agulló, informou que atualmente se investiga o martírio de Frei Pascal Nadal, missionário franciscano decapitado durante a guerra civil chinesa em 1935, logo depois de ser interrogado pelo líder comunista Mao Tse Tung.

Segundo a agência AVAN, o Pe. Agulló indicou que a investigação se realiza face às "grandes dificuldades com que nos encontramos para ter acesso a novos testemunhos orais e escritos na China, pelas travas que põem as autoridades do país". Acrescentou que embora tenham passado muitos anos, Frei Pascal Nadal continua gozando de fama de santidade na região onde trabalhou.

Frei Pascal Nadal Oltra nasceu em Pego em 1884. Ingressou na ordem franciscana no mosteiro de Santo Espírito do Monte, em Gilet, aos 21 anos. Depois de atender a sua mãe doente de lepra no sanatório de Fontilles, Frei Pascal pediu a seus superiores ser enviado à China para fazer parte da comunidade do leprosário no vale tibetano de Mosimién, aonde chegou em 1930.

Em maio de 1935, o superior do leprosário lhe permitiu abandoná-la diante da chegada de uma coluna do exército comunista de Mao Tse Tung que fugia dos nacionalistas de Chiang Kai-Shek. Entretanto, Frei Pascal, três franciscanos e três religiosas decidiram ficar.

"Se os comunistas são meus irmãos, por que tenho que fugir deles? Eu também os amo e, se me materem, prestariam-me os maior dos serviços. Serei mártir e voarei ao céu!", relatou o franciscano valenciano José Miguel Barrachina Lapiedra, autor do livro "Frei Pascal Nadal y Oltra. Apóstolo dos leprosos, mártir da China".

Os franciscanos foram levados a Mao Tse Tung, que interrogou e libertou todos, menos dois frades, Pascal e o italiano Epifanio Pegoraro. Dias depois, em 4 de dezembro de 1935, um oficial comunista chegou até os prisioneiros e os decapitou com uma espada.