A Conferência Episcopal Boliviana (CEB), destacou os passos dados pelo Governo na recuperação dos recursos naturais” para o desenvolvimento do país, ao mesmo tempo que solicitou que na nova Constituição se reconheçam “os princípios e valores humanos e cristãos” que forjaram a Bolívia.

Ao final de sua 83º Assembléia Plenária, a CEB emitiu um comunicado no que recorda que como bispos “é nossa missão e nosso dever iluminar a consciência dos fiéis à luz da Palavra de Deus nos assuntos que afetam à vida humana”, anunciando seu Reino e denunciando “tudo aquilo que se opõe à verdade e a justiça”.

Assim, o texto reconheceu também os avanços na luta contra a corrupção, mas alertou sobre problemas como o alcoolismo, a dependente de drogas e o narcotráfico.

Do mesmo modo, o documento reafirmou a necessidade de entrar “na dinâmica do diálogo” para evitar enfrentamentos e ressentimentos. “É urgente promover a transparência e a verdade que nos fazem livres e que devem prevalecer frente à mentira”, que “faz do duplo discurso uma tarefa política e que deriva tantas vezes em corrupção como algo cotidiano da vida”, indicou.

Por outro lado, os bispos insistiram a trabalhar pelo respeito e dignidade da família, atacada pelo “hedonismo, pobreza, desemprego, violência, machismo e, de uma maneira particular o êxodo de tantos bolivianos” que ocasiona “a ruptura de muitas famílias e a falta de proteção e abandono de muitos de nossas crianças e os nossos jovens”.

Com respeito à educação, o Episcopado reafirmou o direito dos pais a decidir a educação de seus filhos, alicerçada em valores, e o dever do Estado de colaborar com eles. “O Estado cumpre sua função social na medida em que garante o exercício dos direitos sociais”, afirmou.

Do mesmo modo, a CEB recordou que a terra foi criada Por Deus para todos, por isso é “um princípio ético e cristão” sua justa distribuição. “As leis têm que propiciar este principio sem beneficiar somente a uns poucos e respeitando o direito dos povos e as pessoas que trabalham a terra”, assinalou.

“No espírito do Natal que nos dispomos a celebrar e com a confiança em Deus que vive entre nós, que pôs sua tenda no coração do povo, reavivamos nossa esperança sendo discípulos e missionários de Jesus Cristo em um mundo quebrado pelo medo, a pobreza e a crise de valores”, finalizou o texto.