O Provincial dos Franciscanos na Bósnia, Fr. Mijo Dzolan, denunciou que devido ao abandono das conversações para mudar a constituição pós-guerra da Bósnia-Herzegovina, são muitos os católicos que se vêem obrigados a sair do país pela situação de forte discriminação que enfrentam.

Em uma visita à sede da agência Ajuda à Igreja Necessitada (AIN), o frade explicou que "nada melhorou para a Igreja; os católicos continuam sendo muito discriminados pela constituição de Dayton (o acordo de paz dos Bálcãs assinado em 1995)".

As conversações iniciadas no princípio deste ano, que procuravam uma reforma na constituição que desse mais espaço e oportunidade à população católica da Bósnia-Herzegovina, passam atualmente por um estado de estancamento e abandono.

Fr. Dzolan assinalou que "a um nível político até existe grande divisão -alguns pressionam por dar os primeiros passos para uma mudança, enquanto que outros simplesmente não consideram substancial o assunto".

Sem uma mudança na Constituição, é difícil ver uma solução que ponha fim à crise que levou já na metade da população católica da Bósnia-Herzegovina a emigrar para outros países desde o início da guerra dos Bálcãs.

O sacerdote franciscano acrescentou que "algumas mudanças precisam ser feitas na constituição para que a população saiba que pode viver segura e de maneira próspera na Bósnia-Herzegovina. Os católicos não encontram um marco político nem cultural favorável, sentem-se desesperançados ao ver que não há horizontes de melhorar".