A Conferência Episcopal Venezuelana (CEV) emitiu um comunicado no qual exorta os cidadãos a exercer o direito ao voto de maneira pacífica e às autoridades eleitorais a garantir eleições presidenciais transparentes onde se respeitem os resultados.

"Este direito é também um dever que devemos cumprir em concordância com os grandes valores da justiça, a verdade, a liberdade, a democracia e a paz, por isso chamamos a todos os eleitores a assumir com plena responsabilidade esta obrigação e a participar em três de dezembro", indica o documento lido pelo Secretário Geral da CEV, Dom Ramón Viloria.

Do mesmo modo, pede-se aos reitores do Conselho Nacional Eleitoral, "cumprir suas tarefas com estrito apego à Constituição e as leis e com absoluta imparcialidade". Nesse sentido, solicita "criar as condições necessárias para dissipar as desconfiança que ainda alguns setores do país conservam com respeito ao sistema eleitoral, para isto é importante dar capacidade a uma imparcial observação internacional".

"Estão obrigados a agir em consciência e perante Deus em absoluto respeito à vontade majoritária que o eleitorado manifeste nas próximas eleições", assinala o texto.

Os bispos também chamam católicos e não católicos, mas "especialmente aos dirigentes políticos de todos os setores", a "rejeitar qualquer recurso à violência" que "possa pôr em perigo o clima de convivência e a estabilidade do país".

Sobre a possibilidade de que autoridades governamentais estejam pressionando a empregados públicos para dirigir seus votos para uma ou outra opção, a CEV recordou que "a Constituição consagra o direito à liberdade de expressão e de consciência, assim como o direito ao trabalho independentemente da simpatia partidarista de cada cidadão". "Lamentamos as pressões indevidas que desde alguns setores estão exercendo na consciência para que votem em determinada direção", indica.

Por outro lado, o Episcopado expressa sua confiança em que as forças armadas "cumprirão seu encargo com imparcialidade" e "respeitarão a vontade popular". Elas, acrescenta, "não devem ser envolvidas no debate político".

Finalmente, a CEV faz um chamado à consciência dos católicos para que no momento de tomar sua decisão, façam-no em sintonia com o Evangelho e a defesa de direitos fundamentais como a vida, a liberdade religiosa, de consciência, expressão e informação, a uma educação livre e pluralista, a um trabalho dignamente remunerado, entre outros.

Por sua vez, o Arcebispo de Caracas, Cardeal Jorge Urosa Savino, expressou que os bispos emitem este comunicado "como mensageiros de paz, como pastores da Igreja não movidos por nenhum interesse político, mas precisamente pela necessidade que temos de cumprir com a missão de ser semeadores da paz e propiciar o entendimento e a solução aos problemas que possam apresentar-se com as próximas eleições".