A Conferência de Bispos Católicos dos Estados Unidos (USCCB) aprovou um novo documento que guiará a atenção pastoral de homens e mulheres homossexuais no país.

O texto intitulado "Ministério para Pessoas com Inclinação homossexual: Orientações para a Atenção Pastoral" foi aprovada na terça-feira passada e tenta enfatizar a acolhida e o apoio às pessoas que devido a suas inclinações homossexuais, "sentem-se rejeitadas e não acolhidas" pela Igreja.

O Bispo de Paterson, Dom Arthur Joseph Serratelli, encarregado da comissão que redigiu o documento, disse que esperam que as novas orientações "ajudem os bispos a promover um ministério forte e efetivo para as pessoas com uma inclinação homossexual" e destacou que "a Igreja oferece uma mensagem positiva em seus ensinamentos. A Igreja oferece esperança".

"O teor do documento é positivo, pastoral e acolhedor. Seu ponto de partida é a dignidade humana intrínseca a cada pessoa e o amor de Deus por toda pessoa. Todo aquele que realiza este ministério na Igreja deve respeitar esta dignidade humana", precisou o Prelado.

Do mesmo modo, o Bispo de Paterson explicou que, por um lado, os bispos não se inibiram de usar o termo freqüentemente mal-entendido "desordenada", quando se diz que é assim a inclinação homossexual, "quer dizer, é uma inclinação que predispõe uma pessoa para o que não é verdadeiramente bom para a pessoa humana", e por outro lado fizeram um esforço conjunto para esclarecer o que é uma visão "desordenada" da sexualidade humana.

Segundo Dom Serratelli, a Igreja "diz a cada pessoa que deve viver o chamado universal à santidade. Este caminho vem freqüentemente acompanhado de muitas tribulações e abnegação".

Os bispos destacaram a possibilidade que têm as pessoas que experimentam sua atração homossexual como um "fardo não querido", de procurar ajuda terapêutica, embora "atualmente não há um consenso científico sobre a causa da inclinação homossexual, nem consenso em sua terapia".

Do mesmo modo, o texto refuta o mal chamado "matrimônio" homossexual, posto que não faz parte do Plano de Deus para a sexualidade humana que, vivida complementariamente entre o homem e a mulher, sim faz "parte do intuito criador de Deus", afirmou Dom Serratelli e ressaltou que a sexualidade está naturalmente criada para o laço matrimonial e que tem dois fins naturais: a expressão do amor marital e a procriação e educação dos filhos.

Os bispos enfatizaram que todos os católicos devem ser acolhidos em suas paróquias e devem participar totalmente na vida de sua comunidade de fé, para receber o apoio espiritual que a Igreja lhes oferece. Entretanto, notaram, "a atenção pastoral deve assegurar que aqueles que realizam o ministério na Igreja não usem sua posição de liderança para defender posições ou condutas que não estejam de acordo com os ensinamentos da Igreja".

O documento faz esforços particulares para enfatizar a necessidade que muita gente tem de apoio adicional em seus esforços por viver uma vida casta. Além de reforçar a necessidade de direção espiritual para as pessoas com inclinações homossexuais, os prelados animaram sua participação em grupos de apoio e aconselhamento que sejam fiéis à Igreja, fazendo especial menção dos grupos católicos Courage e Encourage.

Todos os bispos que conversaram com a Imprensa disseram que o documento é, de muitas formas, um reafirmar aquilo pelo que vêm trabalhando, cujo resultado lhes dá grande satisfação.. Um deles afirmou que "precisamos continuar realizando um melhor trabalho a nível paroquial, e este documento é um bom instrumento para isso".