A Conferência Nacional de Bispos do Brasil (CNBB) publicou um comunicado no que apóia a decisão do Conselho Federal de Medicina do Brasil que autoriza a seus médicos filiados a suspender tratamentos excessivos que mantêm artificialmente vivos a doentes terminais.

O comunicado da CNBB recorda que a chamada "ortotanasia" auspiciada pelo Conselho (colégio de médicos) coincide com a opinião da Igreja Católica expressa oportunamente pelo Papa João Paulo II na Encíclica Evangelium Vitae. Este documento explica que a diferença da eutanásia, a ortotanásia implica "renunciar ao chamado excesso terapêutico, ou seja, certas intervenções médicas já inadequadas à situação real do doente, porque não são proporcionais aos resultados que se poderiam esperar ou porque são muito pesadas para ele e sua família", assinalaram os bispos brasileiros.

"Nessas ocasiões, quando a morte se anuncia iminente e inevitável, pode-se em consciência renunciar a tratamentos que dariam somente uma prolongação precária e penosa à vida", acrescentam e esclarecem que isto não significa interromper os cuidados normais devidos ao doente em casos semelhantes.

Segundo a resolução aprovada pelo Conselho de Medicina na quinta-feira, a "ortotanásia" difere da "eutanásia" em que não tem por intenção provocar a morte de uma pessoa.