O chefe de governo do México DF, Alejandro Encinas, ofereceu dar segurança aos atos religiosos que se oficiam na Catedral, depois do Arcebispado ter anunciado a possibilidade de suspender o culto no templo se acontecer outro ataque de grupos radicais como o ocorrido no domingo, dia 5 de novembro.

"O governo da cidade está em condições de garantir, em coordenação com as autoridades eclesiásticas e com o Governo Federal, o desenvolvimento dos atos religiosos em Catedral", afirmou Encinas em conferência de imprensa.

Estas declarações se deram depois que o Arcebispado do México assinalou que em caso "de uma nova incursão violenta e de que as autoridades competentes não pudessem garantir a liberdade de culto e a integridade de seus fiéis, reservaria-se o direito de ordenar a suspensão do culto", para evitar "uma profanação à sacramento mais sublime e sagrado para quão católicos é a Eucaristia".

O Arcebispado pediu às autoridades nacionais e locais dar as garantias necessárias ao Arcebispo do México, Cardeal Norberto Rivera Carrera, e aos fiéis, expostos "à barbárie sacrílega dos agressores que ameaçaram voltar".

Apontam os agressores

O texto denunciou que o "ataque sacrílego" do domingo "foi coordenado por Juan Carlos Ocampo, do Grupo de Diversidade e Gênero; Fernando González, do Partido da Revolução Democrática (PRD) Coyoacán, e o Grupo de Resistência Civil e Pacífica liderado por Jesusa Rodríguez e Gerardo Fernández Noroña".

Nesse sentido, esclareceu que "os manifestantes quiseram enganar a opinião pública e os meios de comunicação fazendo-se passar por integrantes da Assembléia Popular dos Povos de Oaxaca (APPO) e da sociedade civil sem filiação partidária alguma, quando na verdade, segundo um relatório especial que chegou até nós, foram outros os autores".

Com respeito aos responsáveis, o Arcebispado lembrou que em várias ocasiões Gerardo Fernández "foi à Catedral para insultar publicamente o Cardeal Rivera Carrera". Sobre Jesusa Rodríguez, disse que "dedicou-se a insultar publicamente e difamar ao senhor Arcebispo; prova disso são as notícias na imprensa que relatam suas agressões".

Sobre as opiniões do Cardeal, o texto afirmou que ele, "como qualquer cidadão, tem o direito de se expressar livremente. Como pastor tem o dever de orientar não só no moral, mas também também no social seus fiéis".

"Em uma sociedade democrática nenhuma voz ou instituição podem ser calada ou ameaçada, pois a sociedade se constrói com a colaboração ativa de todos os cidadãos. O mesmo senhor Cardeal defendeu publicamente a liberdade de expressão e reunião dos que agora o atacam", expressou o Arcebispado.

Finalmente, o Arcebispado manifestou que "a intolerância destes grupos radicais e violentos" não conseguissem amedrontar nem calar o Cardeal. "Pelo contrário, será um motivo mais para que cumpra sua missão profética de anunciar e denunciar sem importar o custo que tenha que pagar", assinalou.