As eleições de ontem, que conformaram a primeira Câmara de Representantes com maioria democrata desde 1994, supuseram boas notícias para a defesa do matrimônio e más notícias para a defesa dos não nascidos.

Sete estados se uniram a outros 20 que já vetaram as uniões do mesmo sexo: Idaho, South Carolina, Tennessee, Virginia, Wisconsin, Colorado e South Dakota, enquanto que uma proposta semelhante ainda se debate no Arizona.

Lorri Pickens, diretora da campanha de "Vote Sim pelo Matrimônio", comentou que os votantes de Wisconsin quiseram prevenir assim a possível legalização do "casamento" homossexual. "A gente entende que a instituição do matrimônio é uma importante rocha e base de nossas comunidades", acrescentou.

Outro triunfo para a defesa do matrimônio se deu no Colorado, onde os votantes não só aprovaram a emenda que o define como a união de um homem e uma mulher mas além disso vetaram o polêmico "Referendo I", que outorgava às uniões homossexuais os mesmos direitos que têm os casamentos héteros.

Jim Pfaff, representante nacional do Focus on the Family, comentou que o Referendo I "teria redefinido o termos ‘esposos’, ‘família’" e outros mais na lei do Colorado. "O instinto humano e os milhares de anos de história mostram que, sem exceção, o matrimônio sempre foi a união de um homem e uma mulher", acrescentou.

O significativo da derrota do Referendo I está em que foi vencido apesar do apoio financeiro sem precedentes que este recebeu por parte do multimilionário fundador do Quark Inc., Tim Gill, conhecido ativista homossexual.

Quanto à defesa da vida dos não nascidos foram registradas várias derrotas. Em South Dakota, os eleitores rejeitaram a lei, aprovada majoritariamente pela legislatura, que proibia praticamente todo tipo de aborto e que o permitia apenas em caso de risco de morte para a mãe.

Enquanto isso, na Califórnia, a "Proposition 85", que teria exigido a permissão dos pais para que suas filhas menores de idade se submetam a um aborto, foi vetada por 53 contra 46 por cento dos votos.

No estado de Oregon, uma medida parecida que teria exigido também a notificação aos pais e um adicional período de espera de 48 horas antes de que uma menor se submetesse a um aborto, foi rejeitada por 54 contra 46 por cento.

Quanto à pesquisa com células-tronco embrionárias, no Missouri se aprovou uma medida para incentivar esta prática e a clonagem. A esse respeito o Pe. Thomas Euteneuer, Presidente do Vida Humana Internacional, considerou que este resultado responde a que a medida foi "cuidadosamente disfarçada pelo poderoso ‘lobby’ de advogados bio-tecnológicos que levaram à confusão".

"Esta emenda é enganosa, aponta à exploração e é confusa; o povo do Missouri merece algo melhor. A fertilidade das mulheres será tratada agora como um elemento que se pode comprar e vender, e se pode submeter as mulheres a procedimentos perigosos que originem danos irreparáveis e inclusive a morte", advertiu o sacerdote.