Um grupo de 52 "especialistas" bíblicos lançou no mercado uma nova versão da Bíblia em que a ideologia de gênero e a "correção política" deslocaram as verdades do cristianismo a fim de obter uma "linguagem mais justa" para algumas minorias como as feministas e os homossexuais.

Conforme informa a agência AFP, esta tergiversada versão das Sagradas Escrituras foi apresentada na feira do livro de Frankfurt. Intitula-se "Bíblia em uma linguagem mais justa" e nela Jesus Cristo já não diz mais "Pai", mas sim "nossa Mãe e Pai que estão nos céus".

Do mesmo modo, o Senhor se dirige a "irmãos e irmãs" e questiona a "fariseus e fariséias". Já não é o "Filho", mas "o menino" de Deus. O nome de "Senhor", por ser masculino, é substituído por "Deus", "o Eterno" ou "a Eterna". Curiosamente, menciona-se o "diabo" mas não uma "diaba", explicou o teólogo Jens Schroeter ao semanário Der Spiegel.

"Uma das grandes idéias da Bíblia é a justiça. Fizemos uma tradução que faz justiça às mulheres, aos judeus, aos desfavorecidos", afirmou Hanne Koehler, pastora e coordenadora do projeto que foi realizado em cinco anos e cujo custo, financiado com doações, ultrapassa os 400 mil euros.

Os primeiros 20 mil exemplares desta publicação se esgotaram em duas semanas. Atualmente está sendo impresso um segundo volume semelhante, conforme indicou a editora Guetersloh.

Outra "Bíblia" ideologizada

Em dezembro do ano passado, Matin Dreyer, pastor e fundador da seita "Jesus freaks" (Loucos por Jesus), publicou a controvertida "Volxsbibel" (Bíblia do Povo) em que, para fazer mais "acessível" a mensagem do cristianismo, Jesus "retorna" em vez de ressuscitar e multiplica os "hambúrgueres" em vez dos pães. Na parábola do "filho pródigo", o protagonista da mesma gasta sua herança em discotecas e termina "limpando banheiros do McDonald’s".

A "Volxbibel" é uma tradução do Novo Testamento: os quatro Evangelhos, os Atos dos Apóstolos, as Epístolas e o Apocalipse.