Ao receber hoje os participantes da assembléia plenária da Pontifícia Academia das Ciências que nestes dias trataram a "Possibilidade de predição na ciência: precisão e limitações", O Papa Bento XVI assinalou que a liberdade e história humanas, assim como as limitações inerentes ao método científico não permitem à ciência oferecer uma representação completa e determinista de nosso futuro.

Em seu discurso breve, o Santo Padre se referiu ao tema das limitações inerentes do método científico que necessariamente restringem a predição científica em determinados contextos e aspectos, assinalando que "a ciência, não pode presumir de proporcionar uma representação completa e determinista de nosso futuro e do desenvolvimento de cada fenômeno que estuda".

"A filosofia e a teologia poderiam trazer, neste sentido, uma contribuição importante para esta questão fundamentalmente epistemológica, ajudando por exemplo as ciências empíricas a reconhecer uma diferença entre a inabilidade matemática de predizer certos acontecimentos e a validade do princípio de casualidade, ou mais radicalmente entre a evolução como a origem de uma sucessão no espaço e o tempo, e a criação como a origem última da participação do ser no ser essencial", disse o Papa.

O Pontífice acrescentou que "ao mesmo tempo, há um nível mais alto que necessariamente supera todas as predições científicas: o mundo humano da liberdade e a história".

Sobre o particular, Bento XVI precisou que "enquanto que o cosmos físico pode ter seu próprio desenvolvimento espaço-temporal, só a humanidade, em sentido estrito, tem uma história, a história de sua liberdade. A liberdade, como a razão, é uma parte preciosa da imagem de Deus dentro de nós, e nunca se poderá reduzir a uma análise determinista".