O Bispo de São Justo, Dom Baldomero Carlos Martini, pediu aos senadores a não ratificação do polêmico Protocolo do Comitê para a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra a Mulher (CEDAW) das Nações Unidas, porque acessar a suas recomendações a favor do aborto faria da Argentina um país não soberano, "submetido genuflexamente aos caprichos de um grupúsculo ideologizado, de origem transnacional".

Em uma carta enviada ao Vice-presidente da Argentina e Presidente do Senado da Nação, Daniel Scioli, o Prelado lembrou que o Protocolo, cuja ratificação sem reservas de nenhuma natureza é impulsionada pelo Presidente da Nação Néstor Kirschner, é facultativo, quer dizer, "não há nenhuma necessidade jurídica nem política de ratificá-lo".

"O objetivo de tal instrumento é fazer vinculantes as recomendações" do CEDAW. "Agora bem, o chamado Comitê é uma sorte de ‘refúgio’ de ideólogos abortistas", assinala o bispo sustentando sua afirmação com alguns exemplos de intervenções deste organismo a favor do aborto em numerosos países.

Dom Martini assinala que "se as recomendações do Comitê fossem vinculantes, até o menos avisado dos argentinos compreende, que em matéria jurídica a República Argentina terá deixado de ser um país soberano, para submeter-se genuflexamente aos caprichos de um grupúsculo ideologizado, de origem transnacional".

"Possivelmente este seja um dos objetivos da atual administração nacional. Ao menos assim parece indicá-lo-a cancelamento adiantado de 100% da dívida de capital e interesses, ao Fundo Monetário Internacional, e a prévia apropriação das economias que permitiriam a futura aposentadoria de muitos argentinos, por um montante similar", explica.

"Nesta ordem de idéias, a ratificação do Protocolo Opcional, só seria uma nova ‘volta de porca’: passar da absoluta dependência econômica frente à plutocracia internacional, à perda completa da soberania jurídica, oferendada sem motivo, a certas ideologias estrangeiras, completamente estranhas às tradições de nosso Povo", continua.

Finalmente, o Prelado pede aos membros da Câmara Alta ter "paixão pelo Bem Comum, que é o bem de todos os argentinos e de todas as pessoas de boa vontade que habitam nosso chão pátrio".

O CEDAW é o organismo criado pela ONU para verificar a eliminação de toda forma de discriminação da mulher. Sua autoridade foi livremente ratificada por cada nação. Devido à inclinação marcadamente abortista e feminista do organismo, numerosas organizações pró-vida pressionaram para que suas respectivas nações se abstenham de ratificar o protocolo, que daria ao CEDAW ingerência na política interna.