O médico Jorge Merchán Price, que apresentou um processo no Tribunal de Ética Médica de Bogotá para investigar e, se for o caso, punir os responsáveis pelo primeiro aborto "legal" realizado na Colômbia, ofereceu subsidiar economicamente o primeiro médico ginecologista que for despedido por negar-se a praticar um aborto.

Merchán, que lidera uma iniciativa denominada Médicos Azuis para identificar os médicos que estão a favor da vida, informou a ACI Imprensa que oferecerá um subsídio de dois milhões de pesos colombianos (uns mil dólares) por três meses "ao primeiro médico ginecologista que injustamente for despedido por não acatar uma ordem judicial que o obrigue a praticar um aborto".

"Em nome dos Médicos Azuis eu o subsidiaria enquanto procura um novo trabalho em uma clínica ou hospital que sim respeite a vida e a missão médica", indicou.

Merchán também informou que o Tribunal de Ética Médica de Bogotá ainda não emitiu uma decisão. "Ainda tenho fé em que sua setença será justa com o respeito pelo valor da vida e além disso conseqüente com a lei de ética médica vigente", acrescentou.

Segundo Merchán no aborto praticado em uma menina de 11 anos no Hospital Simón Bolívar ocorreu "uma violação moral e legalmente injustificada à Lei de Ética Médica, por quanto a decisão da Corte (Constitucional) e a Constituição Política da Colômbia amparam a objeção de consciência", um recurso jurídico que teve que ser empregado pelos médicos.

"O médico está, em primeira instância, para proteger a vida e a saúde, e se os desejos do Estado ou de seus pacientes vão contra esse princípio médico moral universal, então está na obrigação moral de abster-se", afirma. Acrescenta que a objeção de consciência existe porque acima das normas e dos princípios constitucionais estão "os valores morais universais", como o respeito à vida humana.

Médicos Azuis

O doutor Merchán se dedicou a dar um escudo redondo azul, com três estrelas gravadas com as palavras amor, verdade e vida a todos aqueles médicos que tiverem um compromisso com a vida.

"Os médicos azuis são pessoas nobres de grande coração e convicções firmes que defendem a vida e acompanham a seus pacientes com doçura até o momento último da morte quando Deus –e não o estado, nem seus familiares, nem suas mães, nem os gerentes das empresas de saúde– assim o decidiu", explica.

Sua iniciativa surge "simplesmente da necessidade de identificar-se. Os médicos abortistas usam o mesmo jaleco branco, mas não somos dos mesmos".

"Os médicos azuis são ‘azuis’ porque azul é a cor do céu. Os médicos abortistas e aqueles que defendem a eutanásia ativa não dizem abertamente que o são. Se o fizessem, então se identificariam como tais usando uma bata de outra cor. Mas não o fazem e por isso é necessário que os médicos decentes se identifiquem como médicos azuis com um distintivo azul no jaleco branco. Devo dizer que até o momento reparti (gratuitamente) mais de 300 escudos azuis", sustenta.

Os médicos colombianos que quiserem obter um destes escudos podem enviar uma mensagem eletrônica para:  medicosazules@hotmail.com