O Arcebispo da Antequera-Oaxaca, Dom José Luis Chávez Botello, chamou novamente ao diálogo e a reconciliação para superar o enfrentamento que sofre o estado e que se agravou com novos atos de violência.

"Nesta semana as tensões políticas e sociais se viram agravadas por mais uma morte; apesar das diversas análises, comissões e encontros em vários níveis, as pressões, o mal-estar social, o desespero e até a indignação são evidentes; sem dúvida há pessoas que procuram descompor ainda mais o clima social e levá-lo a um conflito maior; quem age assim só pode ser qualificado de perversão", afirma um comunicado de imprensa.

O texto, assinado também pelo Bispo Auxiliar, Dom Oscar Campos Contreras, indica que solucionar o conflito social é uma responsabilidade que compete a todos. Recorda que "Oaxaca é uma grande família e nela deve haver espaço para o diálogo, a compreensão e a compaixão para o outro ainda tendo diferenças importantes".

Depois de reafirmar que a sociedade oaxaquenha "não quer qualquer saída mas sim uma solução definitiva", o comunicado expressa a necessidade de um Pacto Social que propicie um ambiente de paz onde as diferenças "resolvam com o diálogo e pela via institucional", apóie "com ações adequadas a reconciliação social a todos os níveis" e estimule o desenho de um "nova ordem social para a Oaxaca".

"É o momento de centrar os olhos e as energias em abater aos inimigos comuns e mais perigosos: a injustiça social, a pobreza generalizada e a corrupção a todos os níveis; as divisões e enfrentamentos nos distraem e nos cegam nos fazendo perder o rumo", afirma o texto.

Os bispos pedem seguir "firmes na oração implorando a intercessão da Santíssima Virgem" e recordam que "o Senhor tem nos sustentado e continua acompanhando com seu Espírito os homens e mulheres de boa vontade que se empenham em uma solução justa, digna e definitiva".

Indispensável volta às aulas

Por sua vez, a sala de imprensa da Conferência Episcopal Mexicana (CEM), qualificou de alentador o anúncio da seção 22 Sindicato Nacional de Trabalhadores da Educação (SNTE) de retornar às aulas no final do mês. Entretanto, assinalou que "uma solução definitiva ao conflito em Oaxaca tem que ir de mãos dadas com programas a médio e a longo prazo para abater a pobreza" e "elevar a qualidade da educação".

"Uma paz autêntica e duradoura deve estar cimentada na justiça, no bem comum e na verdade. Oaxaca é um pouco o reflexo do que hoje vive o México; ninguém tem a verdade absoluta; os acertos parciais não são a solução, os grupos em conflito precisam saber ceder e olhar para diante para construir o México que queremos", afirma o texto.

Por sua vez, o Arcebispo do México, Cardeal Norberto Rivera Carrera, advertiu que com a greve magisterial os que saem perdendo mais são as crianças, "pois estão perdendo o futuro".

Em declarações à imprensa, assinalou que tanto o Governo como as demais parte envolvidas "devem estar dispostos a ceder em algo para poder chegar a um acerto".

O texto completo dos bispos de Oaxaca está em: http://www.cem.org.mx/prensa/diocesis/2006/octubre/061022.htm