O Arcebispo de Toledo, Cardeal Antonio Cañizares, assegurou hoje em declarações a Antena 3 e recolhidas pela Europa Press, que com o terrorismo "não se negocia", e que "o ETA deve desaparecer" e "pedir perdão publicamente".

Em sua opinião, "não se pode driblar" as vítimas e, quanto à solução política, afirmou que a sociedade deve se defender do terrorismo do ETA porque se não, em qualquer momento "haverá grupos que terão uma justificação".

Ao ser consultado sobre a situação atual do processo de paz, o Cardeal afirmou que "são momentos muito complicados, mas é preciso levar em conta que o terrorismo do ETA é intrinsecamente perverso". Para o Arcebispo de Toledo, "a primeira coisa que o ETA deve é desaparecer como tal".

Neste sentido, afirmou que "com o terrorismo não se negocia" porque, disse, "seria dar razão a uns atos que por si mesmos não têm nenhuma justificação".

Em relação aos esforços da sociedade para alcançar a paz e promover o perdão, o Cardeal Cañizares assegurou que "o perdão também reclama a justiça, tem que haver uma justiça porque estamos falando de assassinatos e assim devem ser considerados, o que não está renhido com o perdão", e particularizou: "o perdão requer arrependimento, e até agora não temos sinais de arrependimento, também é preciso valorizá-lo". "o ETA tem que desaparecer e pedir perdão publicamente", acrescentou.

Consultado sobre se é lícito negociar e dialogar com o ETA, respondeu: "primeiro que desapareça". Respeito a uma possível intermediação da Igreja para que o terrorista de Juana Chaos abandonasse sua greve de fome, considerou que "tudo o que for um trabalho humanitário a Igreja deve realizar".

Para o Cardeal, "a política é mais ampla que os políticos e mais ampla que os partidos, inclui os cidadãos, entre eles em primeríssima linha as vítimas do terrorismo do ETA" e conclui: "é preciso ter estes cidadãos em conta, não podem ser driblados".

Consultado em relação à visão particular da Igreja basca em relação com o processo de paz e o terrorismo, o Cardeal precisou que "com respeito ao terrorismo a unanimidade na Igreja é total". "Tudo o que for colocar meios para que o ETA desapareça, não para que imponha umas condições, devemos tentar por todos pelos meios a nosso alcance", acrescentou.