A Conferência Episcopal Alemã reunida em Assembléia Plenária, considerou injusta a interpretação que muitos muçulmanos têm feito do discurso que o Papa Bento XVI pronunciou na Universidade de Ratisbona.

Segundo os bispos alemães alguns interpretaram mal o Papa e outros quiseram o interpretar mal como “uma injusta afirmação de desprezo em relação à religião muçulmana”.

Os prelados difundiram uma declaração em que rechaçam energicamente a atitude de quem segue alimentando a polêmica, “perseverando na apresentação de acusações, exigências e inclusive ameaça”.

“A Igreja Católica e todas as pessoas, que na Alemanha e em todo mundo, respeitam a liberdade de expressão e a defendem nunca se deixarão intimida”, sustentam e confiam em que “as autoridades muçulmanas de todo o mundo se abstenham de contribuir de qualquer forma a exacerbar novamente a situação”, porque “qualquer ambigüidade conduz só à discórdia e deve ser evitado”.

Os bispos lamentaram os ataques que sofreram as minorias cristãs em alguns países de maioria islâmica e sobre tudo ao assassinato de uma religiosa na Somália.

Neste sentido, recordaram que na Alemanha os muçulmanos gozam de liberdade religiosa e pediram que em seus países de origem se respeite este direito. “Rogamos às organizações muçulmanas na Alemanha que se comprometam de forma efetiva em favor deste respeito da liberdade de religião nos países de origem dos muçulmanos que vivem entre nós”, indicaram.

Depois de assegurar que “insultar ou profanar a fé religiosa é um abuso da liberdade”, os bispos alemães explicaram que existe um equilíbrio muito frágil entre o direito à liberdade de expressão e o direito a que se respeitem as próprias convicções religiosas.

Também sustentaram que é mais necessário que nunca um diálogo entre Cristianismo e Islã “que possa servir a ambas as partes para purificar a memória e dê crédito ao testemunho comum das religiões pela paz e contra a violência”.