O Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro suspendeu a liminar que proibia à Igreja Católica manifestar "qualquer tipo de comentário ou referência político-ideológica" durante as celebrações religiosas.

A coaligação política "Um Rio para todos", que representa à candidata ao senado, Jandira Feghali do Partido Comunista do Brasil (PCdoB), solicitou o veto.

A Feghali é a relatora principal do projeto que procura a total descriminalização do aborto no Brasil. Entretanto, o Tribunal considerou a decisão como censura prévia e anulou a proibição.

Faz uns dias se distribuíram panfletos em diversas Igrejas e paróquias da Arquidiocese nos que se denuncia a postura anti-vida da candidata ao Senado e atual deputada, Jandira Feghali, autora do projeto de lei para a total descriminalização do aborto no Brasil.

Os advogados da deputada Feghali pediram ao Tribunal Regional Eleitoral que ordenasse uma busca dos panfletos na sede arquidiocesana; a busca se realizou a semana passada mas não os acharam.

Logo, o Cardeal Scheid recebeu uma ordem judicial para que peça a todos os párocos e sacerdotes celebrantes, "abster-se de qualquer tipo de comentário ou referência político-ideológica, sob pena de caracterizar-se em desobediência".

Ao ser notificado, o Cardeal se negou a assinar a notificação e assinalou que "a seu tempo" dará "uma resposta oficial. Em minha vida não fui nunca notificado ou intimado. Nem sequer no tempo do regime de exceção".

Além disso, nas Missas celebradas em 249 Igrejas, os sacerdotes leram uma nota oficial assinada pelo Bispo Auxiliar do Rio de Janeiro, Dom Dimas Lara Barbosa, em que se repudia o mandato de busca e apreensão do material na sede arquidiocesana.

O Cardeal Scheid esclareceu que a únicocoisa que a Arquidiocese redigiu e difundiu é uma cartilha chamada "Voto Consciente" em que proibe a elaboração de listas que indiquem em que candidatos votar, mas aconselha a divulgação dos nomes dos candidatos que já manifestaram sua opinião respeito a temas graves como o aborto.