O Arcebispo do Rio de Janeiro, Cardeal Eusébio Scheid, negou-se a assinar uma ordem judicial que exige silenciar os sacerdotes de sua jurisdição em matéria de defesa da vida, a pedido dos advogados de uma candidata abortista.

Faz alguns dias foram distribuídos panfletos em diversas igrejas e paróquias da Arquidiocese, denunciando a postura anti-vida da candidata ao Senado e atual deputada, Jandira Feghali, autora do projeto de lei para a total decriminalização do aborto no Brasil.

Os advogados de Jandira pediram ao Tribunal Regional Eleitoral que ordenasse uma busca dos panfletos na sede arquidiocesana; a busca ocorreu na semana passada mas não encontraram nada.

Em seguida, o Cardeal Scheid recebeu uma ordem judicial para que peça a todos os párocos e sacerdotes celebrantes, "abster-se de qualquer tipo de comentário ou referência político-ideológica, sob pena de caracterizar-se em desobediência".

Ao ser notificado, o Cardeal se negou a assinar a ordem judicial e afirmou que "a seu tempo" dará "uma resposta oficial. Em minha vida não fui nunca notificado nem chamado. Nem sequer no tempo do regime de exceção".

Além disso, declarou surpreso que nunca em sua vida "tinha sido antes notificado ou intimado. Pregamos o respeito à vida e à dignidade da pessoa da concepção até a morte natural, mas nunca falamos em nome de candidato ou partido algum".

Do mesmo modo, descartou terminantemente que sua Arquidiocese seja responsável pela distribuição de panfletos contra a candidata.