O Bispo Emérito de Sankt Gallen, Dom Ivo Fürer, afirmou que o "medo da invasão e dos estrangeiros" venceu no referendo realizado ontem que aprova o endurecimento das leis para imigrantes e pessoas que procuram asilo na Suíça.

Conforme informa a agência italiana SIR, cerca de 68 por cento de votantes decidiram estas medidas. A respeito, o Prelado lembrou que "existem pessoas perseguidas que devem ser ajudadas" e destacou que este assunto "é um aspecto importante que esteve escondido durante a campanha eleitoral, especialmente os abusos cometidos nos campos para asilados e estrangeiros".

"Para as igrejas, que trabalharam contra o endurecimento desta legislação, o claro resultado da votação significa que estes argumentos não foram aceitos pela população, que são assuntos éticos relacionados aos estrangeiros", precisou.

Comentários similares se receberam da Federação Protestante de igrejas Suíças e as Comunidades Israelenses, que anunciaram que vigiarão de perto a evolução destas leis e continuarão ajudando os imigrantes e a quem procura asilo.

A nova lei sobre o direito de asilo prevê a rejeição dos pedidos dos não documentados. Também suprime a ajuda social para quem tem visto denegado sua solicitude de asilo, substituída por uma única entrega de 600 euros.

A lei sobre a imigração proíbe a entrada na Suíça dos estrangeiros não europeus que não sejam contratados para um trabalho preciso. Os candidatos devem provar que dispõem de qualificações profissionais específicas e que nenhum trabalhador suíço ou europeu pode ocupar esse posto em seu lugar.

De um total de 7,3 milhões de habitantes, Suíça conta com mais de 21% de estrangeiros. No ano passado recebeu quase 19 mil pedidos de asilo, o número mais baixo em 20 anos.