O Arcebispo de Toledo e Primaz da Espanha, Dom Antonio Cañizares, denunciou neste domingo as ameaças que sofre a Igreja por parte dos poderes e meios de comunicação social, que estão inclusive "dispostos a massacrá-la".

Na celebração da Assunção da Virgem Maria ao Céu, Dom Cañizares explicou como “a Igreja, em seu peregrinar com o passar do século XX e no começo do XXI, padeceu muitas tribulações e teve que travar dura batalha contra o poder das trevas. Nunca, talvez na história, viu-se acossada como nesse período”.

Em sua homilia, o Arcebispo apontou como causas desta perseguição “o laicismo reinante, a secularização generalizada do mundo e a interior própria da própria Igreja, a apostasia silenciosa e as deserções de tantos cristãos, a debilitação das consciências e a quebra moral dos tempos atuais», que «estão sendo uma prova muito severa”.

Segundo o Arcebispo, a Igreja na Espanha está sofrendo não “só a eliminação física, mas também o ataque moral”.

“Quanto, com efeito, se está atacando à Igreja nestes momentos, também na Espanha, nos meios de comunicação, com propaganda contra inclusive em mídias e com meios que, por sua própria natureza, deveriam estar a serviço do bem comum e das liberdades! Quanta manipulação e mentira para acusá-la, porque do que se trata é que desapareça ou que não conte!”, acrescentou o Prelado.

Diante disto, Dom. Cañizares fez um chamado a “ser lúcidos e livres, e dizer com simplicidade e claridade: estamos no meio dessa batalha”.

A respeito, o Arcebispo de Toledo recordou “diversos artigos publicados muito recentemente em meios de comunicação social” nos quais “tratam de destruir e eliminar ao Jesus Cristo, a Deus, à Igreja”, sobretudo quando esta defende a vida humana, o autêntico matrimônio e a dignidade do embrião humano.

“Isto não se tolera e, em conseqüência, vem o perseguição, a desqualificação ou a perseguição”, denunciou o Prelado, que deu como exemplo “a manipulação e a mentira” com que, “sem mesmo ler”, foi apresentada pela Televisão Espanhola (TVE) a Carta da Congregação para a Doutrina da Fé sobre a colaboração entre o homem e a mulher na Igreja e no mundo, “a que foi falsamente tachada de antifeminista radical”.

A julgamento de Dom. Cañizares, “à Igreja lhe quereria calada em tudo, muda, que se rendesse aos poderes deste mundo, que não inquietasse a estes mesmos poderes, sob o pretexto de que receberam uma legitimidade de apoios mais ou menos majoritários.

“O que, se não, indicam reações de pessoas e meios públicos diante de determinadas homilias, e escritos ou declarações recentes de Bispos? O que, se não, indicam as ameaças à manutenção ou sustento da Igreja por parte de alguns, de todos conhecidas?”, questionou o Primado.