O Papa Bento XVI pediu explicitamente reservar um dia de privacidade em sua excursão pela Bavária. Sua agenda para hoje é desconhecida pela imprensa e só se sabe que passará o dia com seu irmão, o sacerdote Georg Ratzinger e visitará a tumba de seus pais.

O Padre Georg concedeu uma entrevista à rede de televisão alemã ZDF, em que deu algumas pistas.

"Gostaria que pudesse almoçar comigo, dar um pequeno passeio ou talvez dormir uma sesta. E espero que o resto do dia possa transcorrer sem maiores interferências nem incômodos. Naturalmente, ao nos dirigir a Pentling de automóvel, primeiro à tumba de nossos pais e em seguida à Igreja de Zeigetsdorf, haverá muitas pessoas presentes, sobretudo aqueles velhos conhecidos que estarão felizes de reencontrar-se com ele. Assim totalmente privado certamente não será, mas uma certa privacidade é o que espero que se dê", indicou.

Para Mons. Ratzinger, embora "o ministério marque a pessoa", seu irmão não mudou muito. "Não posso dizer que tenha havido uma grande mudança. Ele se esforça para não se agitar. De alguma maneira, segundo meu modo de ver, é importante manter o domínio interior e a calma para levar adiante corretamente a missão e sair adequadamente ao encontro das pessoas", afirma.

O Pe. Georg diz que a exigência de não poder exercer como antes seu trabalho de intelectual, realizado na universidade ao ensinar e ao escrever muitos livros, é para o Santo Padre "uma exigência que lhe custa".

Georg Ratzinger nasceu em 1924 em Pleiskirchen perto de Altötting. Em 1946 ingressou com Joseph, seu irmão menor, no seminário da Arquidiocese do Munique-Freising e juntos foram ordenados sacerdotes em 1951. Em 1964, graduado como músico eclesial e compositor, assumiu o cargo de Diretor de Orquestra da Catedral de Ratisbonne e dirigiu o coro infantil da mesma, com o que realizou excursões pelo mundo. Em 1967 foi nomeado Monsenhor, em 1976 Prelado de honra do Papa, em 1994 Protonotário apostólico. Hoje em dia vive em Pentling, perto de Ratisbonne, na casa cuja propriedade divide com seu célebre irmão.

Ao ser perguntado sobre como mudou a vida dele desde que seu irmão Joseph fora eleito Pontífice, Mons. Ratzinger comenta que "para mim propriamente, mudou muito pouco. São principalmente os turistas italianos que me vêem e vêm cheios de entusiasmo, como se não fossem encontrar o irmão do Papa, mas o próprio Santo Padre. Mas pelo resto, acredito que o trato com meus colegas, amigos e as demais pessoas não mudou nada".