RATISBONNE, 12 de set de 2006 às 16:52
Em seu encontro com representantes alemães do mundo da ciência, o Papa Bento XVI assegurou que solo “se a razão e a fé avançarem juntas de um modo renovado”, o homem poderá superar os perigos que emergem das “novas possibilidades abertas à humanidade”.
“Os aspectos positivos da modernidade devem ser conhecidos sem reserva: Estamos todos agradecidos pelas maravilhosas possibilidades abertas à humanidade e pelo seu progresso que nos alcançou”, indicou o Pontífice.
Entretanto, esclareceu que “o ethos científico deve ser obediente à verdade, e, como tal, leva uma atitude que se reflete nos princípios do Cristianismo. A intenção aqui não é o reducionismo ou a crítica negativa, mas ampliar nosso conceito de razão e sua aplicação”.
“Enquanto nos regozijamos nas novas possibilidades abertas à humanidade, também podemos apreciar os perigos que emergem destas possibilidades e temos que nos perguntar como podemos as superar. Teremos êxito ao fazê-lo somente se a razão e a fé avançarem juntas de um modo renovado, se superarmos a limitação imposta pela razão mesma ao que é empiricamente verificável, e se mais uma vez gerarmos novos horizontes”, adicionou.
Nesse sentido, o Papa recordou que “a teologia pertence corretamente à universidade e está dentro do amplo diálogo das ciências, não só como uma disciplina histórica e ciência humana, mas precisamente como teologia, como uma aprofundamento na racionalidade da fé”.
Segundo o Santo Padre, “somente assim nos tornamos capazes de obter este diálogo genuíno de culturas e religiões que necessitamos com urgência hoje”. “Uma razão que é surda ao divino e que relega a religião ao espectro das subculturas é incapaz de entrar em diálogo com as culturas”, acrescentou.
“Ocidente foi posto em perigo por muito tempo por esta aversão em que se apóia sua racionalidade, e portanto solo pode sofrer grandemente. A coragem para comprometer toda a largura da razão e não a negação de sua grandeza: Este é o programa com o que a teologia ancorada na fé bíblica ingressa no debate do nosso tempo”, concluiu.