O Bispo de Pinar del Río, Dom José Siro González Bacallao, afirmou a um meio de comunicação espanhol que o que existe em Cuba é liberdade de culto, mas não religiosa; e que em cinqüenta anos a Igreja perdeu 500 sacerdotes.

Em declarações a La Voz de Galícia, o Prelado revelou que a Igreja em Cuba não tem acesso "a nenhum sistema publicitário, nem jornais, nem televisão, nem nada", nem mesmo  à atenção aos colégios. "Perdemos tudo em 1961", lembrou, quando o Governo nos privou "da educação, da atenção aos doentes, em fim, a tudo menos ao seminário", indicou.

Esclareceu que as relações Igreja-Estado "sempre foram muito à distância", e que embora dirigentes do Governo assegurem que agora estas "sejam muito positivas", na realidade "não há nada disso". "Fidel Castro sempre soube que ele não vao se atrair à  Igreja, em outros tempos não o fez e agora menos", afirmou.

Do mesmo modo, explicou que  "o Estado é muito ciumento com as ajudas" e que quando ocorre uma catástrofe natural, "o Estado diz que não" à Igreja, argumentado que essa é sua função. Acrescentou que o Governo é  "sumamente ciumento" com a Igreja e que por isso a caridade tem que ser  "muito de tu a tu, muito próxima e muito cuidadosa".

Contudo, Dom González afirmou que "a Igreja adquiriu entre o povo um prestígio enorme, porque se ocupou de atender os pobres, de buscar medicamentos, de atender as crianças com síndrome de Down. É uma caridade que é muito explícita para o povo".