Um grupo de cinco sacerdotes e seminaristas franceses, vários deles ex-membros da Fraternidade Sacerdotal São Pio X fundada pelo arcebispo cismático Marcel Lefebvre, restabeleceram sua plena comunhão com a Igreja Católica e erigiram o "Instituto do Bom Pastor" com a aprovação do Papa Bento XVI.

Os membros do Instituto, erigido em Roma em 8 de setembro último, Natal da Virgem María, como Sociedade de Vida Apostólica de direito pontifício, poderão celebrar a Missa em latim segundo o rito tridentino. Segundo seus estatutos, a seus membros lhes reconhece "o uso exclusivo da liturgia gregoriana", rito contido nos livros litúrgicos que regiam em 1962, ou seja, o pontifical, o missal, o breviário e o ritual romano.

O Arcebispo de Burdeos e Presidente da Conferência Episcopal de França, Cardeal Jean-Pierre Ricard, assinalou em um comunicado que a este Instituto pertencem os clérigos que desejam “exercer seu sacerdócio na tradição doutrinal e litúrgica da Santa Igreja Católica Romana”.

O Cardeal francês explicou que o Santo Padre “tomou a decisão de erigir este novo Instituto”. Deste modo, continua “se dá a vontade de propor uma experiência de reconciliação e de comunhão que terá que afirmar e aprofundar-se com os fatos”. Os estatutos do Instituto do Bom Pastor foram aprovados com caráter experimental por um período de cinco anos.

Do mesmo modo, o Cardeal informou que as modalidades da presença da nova Sociedade de Vida Apostólica na arquidiocese de Burdeos será regulada por um convênio a estabelecer-se entre ambas as partes.

Segundo a agência France Press, os sacerdotes em questão são Paul Aulagnier, Guillaume de Tanouarn e Philippe Laguérie, nomeado este último Superior Geral no decreto de ereção do novo instituto.

Os seminaristas, continua a agência, seriam ordenados pelo Cardeal Darío Castrillón Hoyos, Prefeito da Congregação para o Clero e Presidente da Comissão “Ecclesia Dei” criada para facilitar a volta à comunhão eclesiástica plena dos vinculados à Fraternidade fundada por Lefebvre.