Ao falar do Apóstolo Felipe como parte de sua catequese sobre os apóstolos, o Papa Bento XVI destacou o testemunho do seguidor de Jesus como convite a procurar a intimidade com Ele.

O Pontífice se apresentou com um incomum chapéu vermelho que os italianos chamam "saturno" por suas amplas asas, para assim se proteger do intenso sol.

Falando a mais de 25 mil fiéis reunidos em uma quente manhã na Praça de São Pedro, o Papa indicou que Felipe, "natural de Betsaida, como Pedro e André era um dos primeiros apóstolos", que manifesta "as características do verdadeiro testemunho" quando em seu diálogo com Natanael não só lhe fala de Cristo, mas também "o convida a experimentar pessoalmente o que lhe disse".

"O apóstolo nos insiste a conhecer Jesus de perto", acrescentou o Santo Padre, ao lembrar que como escreve São Marcos, Jesus escolheu os doze para que "estivessem com ele, quer dizer, para que compartilhassem sua vida e aprendessem diretamente com ele, não só o estilo de seu comportamento, mas também sobretodo quem era realmente".

"A intimidade, a familiaridade, o costume nos fazem descobrir a verdadeira identidade de Jesus Cristo. Isto é o que nos recorda o apóstolo Felipe", acrescentou.

Na multiplicação dos pães, Jesus se dirige precisamente o Felipe para solucionar o problema de como dar de comer à multidão que o seguia, e também antes da Paixão, alguns gregos se aproximam de Felipe porque querem ver Jesus. Em ambos os casos, o apóstolo assume a figura de um intermediário "que nos ensina a estar sempre preparados tanto para acolher as perguntas e exigências qualquer que seja sua procedência, para orientá-las para o Senhor, o único que pode satisfazê-las em plenitude".

Também na Última Ceia, Felipe é quem pede a Jesus que lhes mostre ao Pai e Cristo responde: "quem me viu , viu o Pai". "Para nos expressar segundo a paradoxo da Encarnação –observou o Santo Padre– podemos afirmar que Deus assumiu um rosto humano, o de Jesus, e em conseqüência (...) se queremos contemplar realmente o rosto de Deus, não temos mais que contemplar o rosto de Jesus".

"A meta a que tende nossa vida é encontrar Jesus como o encontrou Felipe, tentando ver nele o Pai celestial. Se faltasse este empenho, encontraríamo-nos sozinhos conosco, como em um espelho. Felipe nos convida em troca a nos deixar conquistar por Jesus, a estar com Ele e a compartilhar esta companhia indispensável", concluiu o Papa.