O Professor Peter Schuster, especilista em biologia molecular evolutiva que participou no final de semana passado do diálogo sobre a criação e evolução promovido pelo Papa Bento XVI em Castel Gandolfo, anunciou que o Pontífice poderá escrever um artigo que sirva de introdução à publicação das discussões.

Schuster, diretor do Instituto de Química Teórica da Universidade de Viena (Áustria) e Presidente da Academia Austriaca das Ciências, afirmou que "o Papa possui uma mente muito aguda, que capta imediatamente as questões centrais".

O Professor explicou que "tive a impressão que com a publicação das intervenções em novembro o Papa escreverá uma introdução".

O encontro do final de semana passadoa, uma tradição que o Papa Bento mantém com seus discípulos, realizou-se em Castel Gandolfo. O encontro do primeiro dia transcorreu sem a presença do Pontífice, que participou no diálogo do sábado.

Segundo Schuster, durante a conversa se produziram "naturais divergências de opinião". "foi uma discussão muito amigável" e "acredito que sem dúvida houve um progresso no diálogo", acrescentou Schuster.

"Também penso que muitas vezes se tomam os argumentos científicos e os transfere ao campo das ciências sociais, como por exemplo no caso dos regimes comunista e nazista com o darwinismo social, aqui estamos diante de uma ideologia. Mas certamente esta não é ciência!", acrescentou.

O cientista explicou além disso que durante o encontro "concordamos no fato de que a biologia evolutiva é uma ciência em desenvolvimento, e, como as outras teorias, apresenta aspectos que ainda não foram explicados, e haverá necessidade de novos desenvolvimentos e novas respostas".

"Acredito também –conclui Schuster– que existiu um acordo geral sobre o fato de que seria extremamente equivocado considerar como ‘lugar de Deus’ aquelas partes ainda inexploradas da ciência".