Em uma entrevista concedida à rede colombiana de rádio RCN, o Cardeal Alfonso López Trujillo, Presidente do Pontifício Conselho para a Família, afirmou que os médicos que praticaram o primeiro aborto legal em uma menina de 11 anos na Colômbia foram excomungados.

A menor "caiu em uma rede de malfeitores", afirmou no Vaticano o Cardeal colombiano; quem destacou que a pena não era imposta por ele, mas é automaticamente imposta pela legislação da Igreja católica.

O aborto "é uma condenação de morte contra um ser humano", e portanto, recebe uma pena proporcional por parte da Igreja, explicou o Cardeal.

Por sua vez, o gerente do hospital Simón Bolívar, Héctor Lemus, quem autorizou o aborto, disse em resposta ao Cardeal que "sou um funcionário público que acatou uma norma do Tribunal. O procedimento foi realizado pelo hospital, não por uma pessoa. Eu, como cabeça do centro médico, assumo a responsabilidade, por isso solicito que não excomunguem meus funcionários".

Stevenson Marulanda, presidente do Colégio Médico Colombiano, que alegou falar a título pessoal, classificou a decisão como "exagerada e radical"; mas a Dra. Sandra Rocha, uma das médicas que liderou a oposição à legalização do aborto, explicou que "a única coisa que fez o Cardeal foi lembrar o que está escrito no cânon 1398 do Código de Direito Canônico da Igreja. Houve um ato moralmente grave e se sancionou com o fim de obter a reconversão da conduta. Ele está em todo seu direito de anunciá-lo".

Esta é a segunda vez que a Igreja anuncia publicamente casos de excomunhão pela legalização do aborto. A primeira vez foi em maio passado, quando o Cardeal Pedro Rubiano Saenz, Arcebispo de Bogotá e primaz da Colômbia, anunciou a excomunhão dos magistrados da Corte Constitucional que votaram a favor da legalização, assim como dos que a promoveram.