Mais de dois mil templos e capelas de paróquias, seminários, colégios e comunidades cristãs de todo o mundo têm entre seus mais apreciados tesouros as relíquias dos mártires valencianos da perseguição religiosa desatada contra a Igreja na década de 70 na Espanha.

Conforme informa a agência AVAN, até a data o Arcebispado de Valência distribuiu nos cinco continentes mais de duas mil relíquias dos mártires valencianos beatificados em Roma pelo Papa João Paulo II em 2001.

Ao dar detalhes dos solicitantes das relíquias, o delegado diocesano para as Causas dos Santos, Ramón Fita, explicou que entre eles inclusive há particulares e famílias "que desejam venerar em seus lares nossos mártires".

A maioria das relíquias correspondem a pequenos fragmentos de ossos dos mártires. Entretanto, assinala a agência valenciana, não existem relíquias deste tipo de mais de 30 dos 233 mártires beatificados há cinco anos no Vaticano, dado que seus restos mortais não puderam ainda ser localizados ou identificados.

Entre as instituições solicitantes destaca-se o seminário em Hong Kong (China) que recebeu a relíquia do beato Pascal Torre Lloret, de quem se repartiram outras mais de uma centena de relíquias a capelas da Venezuela, México e Brasil, Tanzânia e Japão. Também foram distribuídas a outros templos de cidades como Sidney, na Austrália, Dallas e Washington, nos Estados Unidos.

Atualmente, o arcebispado constrói em Valência a primeira paróquia que estará dedicada aos Beatos Mártires Valencianos que morreram na perseguição religiosa de 1936. O novo templo estará se localizado perto da Cidade das Artes e as Ciências, lugar que acolheu os eventos do V Encontro Mundial da Família que contou com a presença do Papa Bento XVI em julho passado.

A nova igreja estará dedicada a todos aqueles beatos mártires que morreram por ódio à fé na mesma perseguição religiosa e que foram beatificados com antecedência assim como aos que o serão no futuro.

A arquidiocese de Valência instrui na atualidade a causa de canonização de outros 250 mártires valencianos da perseguição religiosa de 1936, cujo processo foi aberto em junho de 2004. Estas causas incluem 185 sacerdotes diocesanos, 9 religiosos e religiosas e 56 leigos.