Um grupo de mulheres, que foram esterilizadas contra sua vontade em um hospital da República Tcheca, prestou uma queixa há alguns dias na sede da ONU e exigiu uma desculpa formal e uma compensação do Governo.

Um relatório do defensor do povo tcheco indica que pelo menos 50 mulheres foram esterilizadas forçadamente em 2003, alegando que foram submetidas às operações sem saber exatamente para quê seriam realizadas.

No mesmo dia da notificação, um nutrido grupo de mulheres protestava nos subúrbios do Hospital Vitkovice, na cidade de Ostrava, onde as esterilizações eram realizadas. Com cartazes e lemas alusivos à reclamação das mulheres em Nova Iorque, procuraram assim chamar a atenção do Governo para obter as desculpas e a compensação que esperam para seus pares.

Michaela Kopalova, advogada que representa a maioria das mulheres esterilizadas à força, indicou que elas não tinham entendido bem o que o procedimento era na verdade. “Estas mulheres sofrem de efeitos a longo prazo pelo que sofreram. Querem uma desculpa pública do Governo assim como uma simbólica compensação econômica. Esperamos que a ONU possa exercer pressão para que isto aconteça”.

De todos estes casos, só quatro chegaram aos tribunais tchecos. Um deles, o da Helena Ferencikova, que foi esterilizada aos 19 anos, terminou com a vitória legal desta, mas o hospital apelou da decisão.

Por sua vez, uma porta-voz do Hospital Vitkovice, Marie Dlabalova, disse que “nos solidarizamos com a causa destas mulheres, mas estas mulheres assinaram um consentimento. Nenhum médico do hospital fez nada incorreto ou ilegal”. Deste modo explicou que depois da queixa deste grupo de mulheres, o hospital já não esteriliza as mulheres imediatamente depois de dar a luz.