Alexandrina García De La Riva, membro das Damas de Branco, alertou que em diversas prisões do país os presos políticos e de conscientiza estão sendo ameaçados de fuzilamento se "acontecer alguma coisa com Fidel Castro ou se os EUA intervierem em Cuba".

A esposa do prisioneiro de consciência, Diosdado González Marrero, indicou que os cárceres onde se obteve informação sobre ameaças de tortura e fuzilamento são a Prisão Provincial Quilômetro Cinco e Meio (Pinar del Rio), Las Mangas (Granma), e a Prisão da Aguica (Matanzas). Do mesmo modo, advertiu-se que será maltratado fisicamente todo aquele que opinar sobre a saúde do mandatário.

"O prisioneiro 'Pascual' do Destacamento 1 e Diosdado González Marrero, do Destacamento 8 (ambos em Pinar del Rio), foram ameaçados pelas autoridades penitenciárias que seriam fuzilados todos os prisioneiros políticos se acontecer alguma coisa com Fidel Castro ou os EUA intervierem em Cuba", informou a integrante das Damas de Branco.

García De la Riva também denunciou que o preso de consciência Félix Navarro, encarcerado em Las Mangas, "foi agredido por dois prisioneiros comuns e recebeu ameaças de ser fuzilado".

Agentes vigiam sua casa

Por outro lado, em diálogo com a Coalizão de Mulheres Cubano-Americanas, a dama de branco assinalou que do anúncio da operação cirúrgica de Castro, "minha casa está sob vigilância dia e noite" por membros do Comitê de Defesa da Revolução, a Federação de Mulheres Cubanas e de Segurança do Estado. "A ordem é dar pau e agredir se emitir opiniões em contra do restabelecimento da saúde de Fidel Castro", afirmou.

"Meus filhos e eu estamos preocupados com esta situação pois o ânimo violento destas pessoas podem causar dano físico em minha família. Não admito que exerçam violência, sou uma mulher pacífica e tenho direito de dar as opiniões que quiser", acrescentou García De La Riva.

Finalmente, disse que "estas idéias de agredir não são do povo, mas parte das táticas da Segurança do Estado Cubano para aumentar o terrorismo e o medo que impuseram sobre o povo".

A associação das Damas de Branco reúne as esposas e mães de 75 dissidentes encarcerados durante a Primavera Negra de 2003. Alguns foram condenados até a 28 anos da prisão por "atentar contra o Estado" e "minar os princípios da revolução".