MEXICO D.F., 22 de ago de 2006 às 14:40
A Arquidiocese do México lembrou aos que agrediram verbalmente o Cardeal Norberto Rivera Carrera do lado de fora da Catedral, que a igreja é "casa de oração" e não um lugar para contendas políticas.
No último domingo, simpatizantes da coalizão Pelo Bem de Todos, do candidato presidencial Andrés López Obrador, tentaram entrar na Catedral do México com cartazes gritando ordens contra o Arcebispo da cidade, quando presidia a Missa.
"A Igreja Católica se sente machucada e ofendida pela egoísta atitude dessas pessoas que, sem respeitar o sentimento religioso dos católicos que vivem no México, ignoram que Jesus santificou Sua Igreja dizendo ‘Minha Casa é casa de oração’", afirma a arquidiocese em um comunicado.
O texto, assinado pelo Diretor Geral de Comunicação Social, Pe. Hugo Valdemar Romero, lembra que tanto o Cardeal Rivera como a arquidiocese, "permaneceram em estrita neutralidade durante o processo pós-eleitoral, e inclusive, defenderam o direito que têm os partidos políticos de manifestar suas opiniões e inconformidades, nos lugares adequados para isso, de modo que pede que se respeite os recintos que são sagrados para os católicos".
Entretanto, se "sofreu uma agressão pela incompreensível atitude" de quem "interpõem seus interesses sobre respeito que merece a Catedral, que é um templo consagrado a Deus e, pela intenção de alguns provocadores que pretendem gritar", em seu interior, "suas contendas políticas durante o momento mais sagrado da cristandade, que é o da Celebração Eucarística".
O texto anuncia que as cerimônias litúrgicas não serão suspensas porque "é missão da Igreja dar culto a Deus e alimentar seu povo com a palavra do Senhor e a Eucaristia", e convida os católicos e não católicos a refletir sobre o respeito às celebrações litúrgicas, "que são de ordem estritamente espiritual e nas que não se pode misturar as ideologias e manifestações políticas".
Com respeito à suspensão da entrevista coletiva de imprensa, que o Cardeal costuma oferecer ao final da Missa, o comunicado assinala que isto se deveu à intenção do Arcebispo de "não polarizar mais com sua opinião" o tenso ambiente que prevalecia, "diante de uma atitude que era óbvia para todos os assistentes".