O Patriarca da Antioquia (católicos maronitas), Cardeal Nasrallah Sfeir, expressou sua preocupação pela "devastação progressiva" no Líbano e a conseqüente "emigração de cada vez mais cristãos que não retornarão" ao país.

"Mantivemo-nos no mundo árabe por dois mil anos, mas agora as coisas estão indo-se em picada com muita rapidez. A crise atual está ampliando esta tendência dramaticamente", disse o Cardeal à agência Spiegel Online e precisou que se Hezbollah chegasse ao poder no país, "os cristãos o deixariam em grandes grupos".

Do mesmo modo, o Cardeal expressou seu apoio ao plano de paz do Primeiro-ministro Siniora que procura o desarmamento de todas as tropas shiitas. "Logo que o cessar-fogo entre em efeito e depois que ambos os lados intercambiem prisioneiros e as granjas em Shebaa sejam devolvidas ao Líbano, Hezbollah não terá mais o direito a manter uma armada. Hezbollah se converteu em um estado dentro de outro com o apoio do Irã -que ainda envia armas para esse grupo fundamentalista-. Isso é algo que não aceitaremos depois da guerra", explicou o Patriarca.

O Cardeal Sfeir disse também que o Líbano deseja manter boas relações com Síria. "Rejeitamos tolerar guerras próximas do território libanês. Isso quer dizer que Damasco (capital síria) tem que aceitar a demarcação da fronteira com o Líbano e liberar os nossos prisioneiros".

De outro lado, o Cardeal expressou seu desejo de que os palestinos "tenham seu próprio território como nós os libaneses o temos. Mas a luta palestina não pode acontecer desde o Líbano, o menor e mais fraco país do mundo árabe".