Apesar das críticas de diversos grupos civis e religiosos, a Câmara dos Lores aprovou hoje a lei que permite clonar embriões humanos com fins “terapêuticos”.

Os parlamentares justificaram a polêmica decisão alegando que “os potenciais benefícios” destas investigações são maiores que os questionamentos éticos de gerar seres humanos para utilizá-los como fonte de células mãe.

Os cientistas poderão clonar embriões humanos que proporcionarão as tecidos em questão e serão destruídos antes de cumpletar 14 dias de concebidos.

O Parlamento concedeu a primeira permissão de clonagem humana a uma equipe científica da Universidade do Newcastle (nordeste da Inglaterra), que sustenta que será preciso 10 anos de pesquisa sobre embriões para obter algum resultado positivo.

Reação pro-vida

As organizações Alerta sobre a Genética Humana e Comment On Reproductive Ethics (CORE) rejeitaram a decisão governamental.

Para os grupos, trata-se de “um esbanjamento de dinheiro público e ultrapassa importantes barreiras éticas”.

Segundo Josephine Quintavalle, porta-voz do CORE, "um embrião humano é, à margem de como  tenha sido criado, um embrião humano, um membro da espécie humana e, portanto, tem tanto direito à vida como qualquer outra pessoa".

Para o Quintavalle, é preocupante também que um grupo de parlamentares não escolhidos pelo povo –a Câmara dos Lores- "tome decisões desta magnitude” e lembrou que “nenhuma vida humana deve ser sacrificada pelo benefício alheio”.