Embora acompanhe atento aos acontecimentos no Oriente Médio, o Papa Bento XVI se prepara para um encontro com seus ex-alumnos para discutir a relação entre o criacionismo e o evolucionismo.

Em uma reunião que acontecerá nos dias 1 e 2 de setembro, os ex-alunos do então Professor Ratzinger, que se reuniam anualmente para um "Schuelkreis" ou "encontro de estudos" seguirão com a tradição neste ano, quando entre 30 e 40 deles cheguem a Castel Gandolfo.

A primeira exposição do encontro foi encomendada a um cientista, o professor Peter Schuster, especialista em biologia molecular evolutiva, Diretor do Instituto de Química teórica de Viena (Áustria).

"Eu proporcionarei o ponto de vista do cientista e tratarei de demonstrar o argumento de que, no curso da evolução, não é necessário um criado", declarou Schuster à Agência italiana Apcom.

Na manhã do sábado, será o Arcebispo de Viena, Cardeal Christoph Schoenborn, quem abordará a segunda conferência. "O Cardeal enfrentará a questão de ‘criação e evolução’ de um ponto de vista teológico e de filosofia da natureza", conforme explicou a sala de imprensa da aquidiocese de Viena.

Em um artigo publicado em 7 de julho de 2005 no New York Times, o Cardeal Schoenborn escreveu que "a evolução no sentido de uma descendência comum pode ser verdadeira, mas a evolução em sentido neo-darwiniano, ou seja, um processo não guiado nem planejado de variação casual e seleção natural, não o é. Todo sistema de pensamento que negue ou tente minimizar a abundante evidência de um intuito na biologia é ideologia e não ciência".

A coluna do Cardeal despertou várias reações entre os intelectuais imanentistas, incluindo o próprio Schuster.

Também foi convidado à reunião de Castel Gandolfo o jesuíta Paul Erbrich, docente emérito de filosofia da natureza na Faculdade de Estudos Filosóficos de Munique.

O encontro concluirá com uma Missa celebrada no domingo, dia 3 de setembro.