O cineasta diretor do filme sobre João Paulo II "De um país longínquo", Krzysztof Zanussi, afirmou em Barcelona que o lembrado Servo de Deus "agradeceu como a imprensa tratou sua doença, sem pensar em fazer disso um espetáculo".

Durante a Segunda Mostra Internacional de Cinema sobre a família, o cineasta polonês e amigo pessoal do falecido Papa comentou que João Paulo II "disse-me que reconhecia tudo o que saía no filme mas não a si mesmo. Não estava acostumado a observar-se". "gostaria de poder fazê-lo uma vez que estivesse morto, com perspectiva", acrescenta.

Zanussi comentou também que enquanto "a religião teve sempre dificuldades para relacionar-se com a mídia", João Paulo II "nunca teve problemas", segundo o cineasta devido a "sua experiência teatral"; o que lhe consta porque teve a oportunidade de dirigir o Servo de Deu em "A Opera dos três vinténs" de Bertolt Brecht.

Sobre Bento XVI, o diretor polonês disse que confia em sua capacidade porque "é um homem com um grande potencial intelectual, suficiente para ser Pontífice, embora não seja o personagem que foi João Paulo II".

Krzysztof Zanussi nasceu em Varsóvia em 1939, estudou Física e Cinema. Começou a dirigir como amador nos anos 50. Entre 1974 e 1981 foi Vice-presidente da Associação Polonesa de Cineastas.

A Segunda Mostra de Cinema sobre a Família, que se inaugurou em Barcelona no mês passado de maio, encerra-se no próximo dia 16 de setembro.