A Conferência Episcopal Mexicana (CEM) criticou a atitude do candidato presidencial da Aliança pelo Bem de Todos, Andrés Manuel López Obrador, de querer "resolver na rua" o que por lei corresponde ao Tribunal Eleitoral do Poder Judicial da Federação (TEPJF).

"É estranho que o candidato Andrés Manuel López Obrador tenha relegado seu compromisso público de não afetar a terceiros, e continue querendo resolver na rua o que deve resolver, conforme a lei, no TEPJF", expressa o comunicado assinado pelo Secretário Geral da CEM, Dom Carlos Aguiar Retes.

O texto lamenta que por causa dos recentes resultados eleitorais, o país seja testemunha "da agressão e falta de respeito ao direito constitucional do livre trânsito". Por isso, chama López Obrador a corrigir suas estratégias pós-eleitorais porque "a imensa maioria dos mexicanos" não desejam a violência verbal ou física, ,mas a paz, concórdia e reconciliação.

"Homens e mulheres estamos chamados a procurar e construir a paz, a encontrar caminhos de diálogo para viver na concórdia. Ao tratar de impor aos demais nossas próprias idéias, se manifesta a intransigência e a falta de respeito para nossos semelhantes. Destas atitudes nascem o ódio, o rancor, as discórdias e o desprezo pelos demais", adverte o Episcopado.

Caso contrário, indica a CEM, é "a atitude de maturidade política" do candidato do Partido Ação Nacional (PAN), Felipe Calderón Hinojosa, proclamado ganhador pelo Instituto Federal Eleitoral (IFE). "Pedimos-lhe que continue por esse caminho" de respeito à lei e as instituições, expressam os bispos.

O comunicado lembra que a Igreja "acredita no poder da oração, porque orar é ficar à escuta de Deus". Por isso, pedem aos fiéis participar da Jornada de Oração pela Reconciliação e a Paz que se realiza até 6 de agosto.

"Neste momento que vive o México muito temos que escutar, mas não os discursos de sempre, mas escutar a voz de nossa consciência onde Deus nos fala e nos comunica sua vontade", finaliza o comunicado.

Depois que o IFE declarou Felipe Calderón ganhador das eleições presidenciais, López Obrador anunciou a impugnação do processo e exigiu a recontagem dos votos. Posteriormente, convocou concentrações manifestantes nas ruas para pressionar os membros do TEPJF.