O anúncio  oficial de que o líder cubano Fidel Castro de 79 anos teve que ceder poderes a seu irmão Raúl (de 75 anos) para ser operado de uma hemorragia intestinal colocou novamente sobre a mesa as profecias de Santo Antônio María Claret, quem  profetizou em meados do século XIX que Cuba se inserirá no concerto de nações depois da morte de Fidel Castro “em cama” e um breve período de violência interna.

O santo espanhol foi Arcebispo de Cuba entre 1851 e 1857. De acordo a  uma forte tradição oral e a escritos que conserva a congregação que fundou, a Virgem da Caridade do Cobre revelou a Santo Antônio, enquanto percorria as montanhas de Santiago de Cuba, que a Ilha sofreria uma ditadura de mais de 40 anos, que terminarão com a morte do líder (Castro) em sua cama e o “derramamento de sangue”.

As palavras de Santo Antônio  se converteram em uma lenda de transmissão oral que passou que geração em geração e que agora se fizeram pressentes como resultado da condição física de Castro, que fará 80 anos este mês.

Segundo um comunicado escrito pelo próprio Castro e lido por seu chefe de despacho, Carlos Valenciaga, Castro foi operado de uma hemorragia intestinal que lhe sobreveio pelo “enorme esforço” realizado durante sua recente visita a Argentina para participar da Cúpula do Mercosul e sua intervenção nos atos pelo aniversário do assalto ao quartel Moncada atrás de sua volta a Havana.

A operação, continua o texto, “obriga-me a permanecer várias semanas de repouso afastado de minhas responsabilidades e cargos”.

Claret e a profeciase

Santo Antônio María Claret nasceu em 1807, na Cataluña. Em 1851, partiu rumo a Cuba com o encargo de ser Arcebispo de Santiago. Chegou em 18 de fevereiro desse ano, e consagrou sua atividade pastoral à proteção da Virgem da Caridade do Cobre, padroeira de todos os cubanos, de quem também foi um entusiasta devoto.

Segundo a tradição, o Padre Claret estava percorrendo as zonas montanhosas de Santiago quando apresentou-se a Virgem da Caridade para lhe predizer o futuro de Cuba, profecia que logo o sacerdote transmitiu a seus paroquianos e membros de sua congregação.

A revelação da Virgem “falava de um jovem muito ousado (NDR – Castro) que subiria por essas mesmas montanhas com as armas na mão, e depois de uns anos desceria triunfante com uma espessa barba, acompanhado de outros homens também barbudos e com cabelos compridos”.

“Esses jovens trariam, pendurando de seus pescoços, medalhas da Caridade do Cobre e crucifixos que em pouco tempo deixariam de usar, para logo negar com vergonha suas crenças”.

A profecia adiciona que o jovem líder “seria aclamado por todos por causa de numerosas reformas de benefício popular, iria dando procuração pouco a pouco de todo o poder, sumindo ao povo cubano sob uma férrea ditadura que duraria 40 anos, nos quais Cuba sofreria numerosas calamidades e penúrias. Finalmente, esse homem morreria na cama”.

Depois de seu falecimento, continua a profecia, “produziria-se um curto período de instabilidade e enfrentamentos, nos que inclusive chegariam a produzir-se alguns derramamentos de sangue, embora logo a nação cubana voltaria a levantar-se aos poucos até chegar a ocupar um destacado lugar no âmbito internacional”.

O 22 fevereiro de 1857, Santo Antônio María Claret partiu de retorno a Espanha ao ser renomado confessor da Rainha. Foi despedido por uma multidão no porto de Santiago de Cuba.

O governo cubano guarda absoluto sigilo sobre o resultado da operação e o processo de recuperação de Castro.