O Arcebispo Giovanni Lajolo, Secretário para as Relações com os Estados, assinalou nessa quinta-feira que, embora os resultados aparentemente decepcionantes da Conferência Internacional para o Líbano, o Vaticano insiste em um imediato cessar-fogo na região.

Em uma entrevista concedida à Rádio Vaticano, o Arcebispo, que participou da reunião na qualidade de observador, reconheceu que as conclusões da declaração final foram “vistas como uma desilusão”. Entretanto, assinalou que “para os adeptos aos trabalhos, que conhecem as dificuldades, poderia-se dizer que os resultados são apreciáveis”.

Como aspectos positivos da cúpula, que terminou na tarde da quarta-feira, Dom Lajolo destacou:

O fato de que tantos países “se reuniram conscientes da gravidade do que acontece no Líbano, reafirmando a necessidade de que o país recupere o quanto antes sua soberania plena”.

“O pedido de criar uma força internacional sob o comando das Nações Unidas, para apoiar  às forças regulares libanesas em matéria de segurança”.

“O compromisso de ajuda humanitária imediata ao povo libanês e a garantia de um apoio à reconstrução do país”.

“A promessa dos participantes na conferência de permanecer em contato constante sobre as repercussões da ação da comunidade internacional no Líbano”.

Entretanto, o Prelado destacou que “a impressão de desilusão”, para o Arcebispo, deve-se às sérias omissões do acordo, que descreveu assim à Rádio Vaticano:

Não se solicitou o fim imediato das hostilidades”.

“É problemático que se limitaram a convidar ao Israel à máxima moderação: um convite que reveste, por sua natureza, uma ambigüidade inevitável”.

O Secretário para as Relações com os Estados afirmou que depois da Conferência de Roma, a posição da Santa Sé "continua a pedir uma suspensão imediata das hostilidades”.

“Os problemas que temos diante –explicou- são múltiplos e extremamente complexos. Precisamente por isso, não se podem encarar todos de vez; até levando em conta o marco geral e a solução global que terá que alcançar, é necessário resolver os problemas por partes, começando pelos que se podem resolver imediatamente”.

Entretanto, o Arcebispo destacou que “a posição de quem sustenta que se devam criar antes de mais nada as condições para que a trégua não se viole mais uma vez, é de um realismo apenas aparente: porque estas condições podem e devem ser criadas com outros meios que não sejam o assassinato de pessoas inocentes”.