O cientista Panayiotis Zavos afirmou recentemente ter tentado clonar um ser humano em cinco tentativas, todas falidas, em um país fora dos Estados Unidos.

Conforme informa o Boston Globe, Zavos se fez conhecido quando em 2004 disse ter conseguido clonar um embrião humano, fato que foi desmentido por diversos membros da comunidade científica que precisaram que o que na verdade se obteve eram quatro células, insuficientes para afirmar que a clonagem tinha sido bem-sucedida.

A pesquisa em que Zavos relata seus experimentos fracassados foi publicada em uma revista chamada Arquive of Andrology.

Embora as tentativas de clonagem de Panayiotis Zavos de Lexington tenham sido fracassadas, a pesquisa que publicou indicaria que eventualmente poderia ter sucesso. "É de se temer", afirma o Dr. Robert Lanza, Vice-presidente de Pesquisa do Advanced Cell Technology em Worcester. "Está dizendo que é amateur neste campo, mas por outro lado que tem o conhecimento básico que não pode deixar de lado", anota.

Zavos explica que utilizou as mesmas técnicas usadas por quem trabalha com células tronco, mas que coloca o suposto embrião clonado dentro do ventre da mãe. Para seus experimentos, teria criado um embrião a partir de um casal composto por uma mulher de 35 anos e um homem de 32 "descendentes do Oriente Médio" em um país que não quis identificar.

O também professor emérito da Universidade de Kentucky dirige uma empresa de nome Reprogen Ltd., com sede no Chipre, aonde oferece serviços de clonagem. Em uma recente entrevista comentou que este procedimento não é perigoso. "Fazemos porque queremos", acrescentou.

Para os cientistas, os experimentos de Zavos não bastam para provar o sucesso da clonagem. Segundo Douglas Power da clínica de fertilidade Boston IVF, a fotografia das quatro células não basta para provar a viabilidade do embrião. Além disso, não há na pesquisa análise clínica alguma que proporcione a informação mínima necessária. Segundo Zavos, não pode oferecer esta informação porque as crenças religiosas do casais que ajudou a gerar o embrião o impedem.

Além do professor emérito, aparece como autor da pesquisa Karl Illmensee, que anteriormente já tinha sido acusado de fraude quando afirmava ter obtido uma clonagem humana.