O Arcebispo do México, Cardeal Norberto Rivera Carrera, afirmou que a Igreja no México está disposta a que "um líder seja intermediário" no conflito pós-eleitoral se assim solicitarem, mas afirmou que "há muitas opções no México antes" como "as mesas de diálogo".

Depois de precisar que "a participação da Igreja seria um recurso não imediato", o Cardeal disse que a Igreja poderia atuar como intermediária, "mas ninguém pediu e não andamos nos oferecendo", em declarações ao final da Missa dominical.

Em seguida o Arcebispo lembrou que a Igreja exorta a que se proceda com justiça, a que haja paz no México. "A que permaneçamos unidos apesar de nossas diferenças, e sobretudo a que nos preocupemos com o México e não com nossos próprios interesses ou nosso próprio partido. Acima de tudo e sobretudo, deve estar o México", animou.

O Cardeal Rivera destacou também que neste clima pós-eleitoral, "não deve haver limitações em manifestar-se, mas sem afetar a terceiros ou convidando à violência, pois isso é inadmissível" e ressaltou que "até agora as manifestações da coalizão pelo Bem de Todos permaneceram dentro do direito, expressando-se contra o que eles acreditam que foram ultrajados".

Ao perguntar-se se a Igreja apoiaria a recontagem dos votos, o Cardeal respondeu que "não podemos nos colocar nessas questões jurídicas de decidir se proceder ou não procede tal impugnação".

Por sua vez, o semanário oficial da arquidiocese do México, Desde la Fe, comenta em seu editorial que frente aos resultados das eleições presidenciais, "os diversos protagonistas políticos não podem levar o tom do protesto além das vias legais em torno dos quais se garante a justiça e a paz em uma sociedade".

"A sociedade, em geral, entendeu o momento e permanece à expectativa para que intervenham as instituições respectivas. A cidadania conservou a calma e sem deixar de expressar suas convicções políticas está convencida de que há vias legais e tempos determinados para a conclusão deste importante processo", expressa.