Em alusão à polêmica disciplina de "Educação para a Cidadania" contemplada na nova lei educativa do governo socialista espanhol, o Arcebispo de Madri, Cardeal Antonio Maria Rouco Varela, lembrou que a história da Europa demonstrou que quando o Estado "pretende se encarregar" da educação moral de seus cidadãos "acabou forçadamente em um totalitarismo".

"A educação moral não pertence ao Estado, mas sim à família e à sociedade", particularizou o Cardeal em sua exposição "História e chaves de interpretação da situação da aula de Religião na Espanha" durante os cursos da Fundação Universidade Rei Juan Carlos.

Em sua intervenção, o Cardeal assinalou que "através desta disciplina se transmite uma forma de ver a vida, uma antropologia e uma ética, aspectos que têm a ver com os aspectos mais íntimos da pessoa".

Ao se referir à disciplina que despertou grande polêmica e repúdio entre diversos setores da população, o Arcebispo advertiu que esta coloca a Lei Orgânica de Educação (LOE) "à beira da Constitucionalidade".

Segundo o Cardeal, a LOE -cuja entrada em vigor está prevista para o próximo ano escolar- expõe "um perigo de agravamento do radicalismo do laicismo" com respeito à lei educativa vigente (LOGSE), especialmente com a controvertida disciplina cujo conteúdo "vai além do sistema jurídico espanhol e entra nos direitos dos pais de escolher a educação moral de seus filhos".