Com a Peregrinação Européia de Jovens 2004 (PEJ’2004), diversos prelados da Igreja como líderes políticos e das finanças presentes em Santiago de Compostela para oferecer diversas conferências e atos, concordaram em  destacar o papel que  cabe ao cristianismo na construção da nova Europa.

Dom Antonio Cañizares Llovera, Arcebispo de Toledo e Primaz da Espanha, expressou que a inspiração cristã pode transformar a integração política, cultural econômica em uma convivência na qual todos os europeus se sintam em sua própria casa e formem uma família de nações, em confiança. "Santiago é a casa comum onde antecipamos essa Europa nova, onde se defende a vida acima de tudo", indicou.

Do mesmo modo, sobre sua experiência como peregrino, o Arcebispo –que fez o Caminho de Santiago com alguns membros de sua arquidiocese, entre eles 740 jovens-, manifestou que foi uma experiência muito gozosa de bispo, de pastor, de irmão, de Deus, de Igreja. “Foi uma experiência de Deus vivida no encontro com os irmãos na ajuda mútua", apontou.

Por sua vez, o ex-diretor gerente do Fundo Monetário Internacional, Michael Campdessus, apresentou uma conferência intitulada "A Europa da Esperança" na qual destacou o Continente é um espaço privilegiado da esperança humana, um lugar de comunicação na qual, pela primeira vez, se unem povos com níveis de vida muito díspares e os países privilegiados têm o dever de acolhê-los assim como reconhecer suas raízes cristãs.

Em referência ao avanço da globalização mencionou que a Europa deve ser um espaço marcado pela tolerância e a ética da fraternidade. "A globalização será o que façamos dela. A partir de um jogo selvagem sem legalização no mercado, até um conjunto de países solidários", indicou.

De outro lado, Marcelino Oreja, membro da Comissão da União Européia disse que o Caminho de Santiago é como um itinerário cultural europeu, "é a soma dos valores espirituais, religiosos e a cultura".

Ao finalizar disse que uma mudança que está se materializando é o ideal de Europa Unida. Para isso referiu-se à frase de Churchill: "Nunca mais a guerra entre nós" não sem antes destacar que para um cristão a esperança na Europa é a unidade de fé.