O Arcebispo de Buenos Aires, Cardeal Jorge Mario Bergoglio, lembrou aos argentinos que as "mudanças nos papéis" não bastam para resolver os problemas educativos.

Conforme informou a agência AICA, o Arcebispo "relativizou -embora sem nomeá-la- que a reforma à Lei Federal de Educação impulsionada pelo Governo nacional vá produzir ‘grandes soluções’, porque as mudanças não se produzem a partir dos papéis, mas da realidade".

Ao apresentar uma exposição sobre "Problemáticas Educativas Atuais" no Conselho Profissional de Ciências Econômicas da Cidade de Buenos Aires, o Cardeal afirmou que "armou-se toda uma estrutura competitiva e inflada, que antes chamávamos gatopardismo, que diz que agora a vamos fazer direito. Agora mudamos tudo porque isto não funcionou. As coisas vão ser feitas assim, e mudamos tudo para que nada mude".

Neste sentido, lembrou que "as grandes soluções da história não vêm pelas mudanças nos papéis, mas sim por uma revolução do coração, de um coração que vê, como diz Bento XVI em sua encíclica ‘Deus é amor’".

O Cardeal Bergoglio alertou que "quando a revolução se faz de um coração que não vê, um coração néscio, as coisas também mudam, mas para o mal" e reiterou a urgência de "reconstruir o pacto educativo" porque "os docentes, o Estado e os grêmios vão cada um para seu lado".

A Igreja Católica debate em seus colégios de todo o país a reforma que do governo nacional sobre a Lei de Educação, partindo do documento emitido pelo Ministério de Educação e as contribuições que elaborou o Conselho Superior de Educação Católica.

Segundo a AICA, "a comunidade educativa procurará que na futura norma não se filtrem critérios que possam se constituir uma intromissão do Estado sobre o direito dos pais de escolher o tipo de educação que querem para seus filhos. Entre elas, a liberdade de escolha de acordo com convicções religiosas, filosóficas, antropológicas e éticas".