Ao se comemorar hoje o 21º aniversário da legalização do aborto na Espanha, o Instituto Nacional de Estatística (INE) divulgou uma pesquisa de fecundidade realizada em 1999 que mostra o aborto como algo tão negativo para a vida de toda mulher que três em cada quatro que se submeteram a este procedimento negam tê-lo praticado.

Ao perguntar sobre o antecedente de um aborto provocado à mulher entre 15 e 49 anos, a pesquisa só refere de 168 mil e 369 mulheres que passaram por este trauma, transgredindo as estatísticas oficiais proporcionadas pelo Ministério da Saúde (abortos desde 1985 a 1999) que apontaram 553 mil e 438 casos, o que supõe que apenas 30 por cento das mulheres que abortaram nesses 14 anos deseja reconhecer o trauma.

Do mesmo modo, na apresentação da Análise feminista das Vítimas: 21 anos de drama oculto, a Presidenta da Associação Vitima do Aborto, Esperanza Puente, recordou que "é necessário de uma vez impulsionar alternativas ao aborto, já que as mulheres estão abandonadas frente ao negócio do aborto e parece que nossa saúde não importa a ninguém".

No documento são enumeradosos pontos negros do drama e fracasso social do aborto provocado na Espanha através de uma série de entrevistas com mulheres que se submeteram alguma vez a essa prática.

Na Espanha quase 85 mil mulheres buscaram o aborto no ano 2004 e cerca de 20 mil o fizeram em Madri em 2005; a maioria delas, devido a um desamparo afetivo, acompanhada de carência de recursos econômicos, legais, trabalhistas e sociais.